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Dona do Magazine Luiza intercede, e Brasil confirma hipismo na Rio-2016

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Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza, assumiu em junho deste ano um cargo chave na organização da Rio-2016 imagem: Divulgação

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Nomeada em junho pela presidente Dilma Rousseff para comandar o mais alto conselho decisório sobre a organização das Olimpíadas de 2016, a empresária Luiza Trajano teve de interceder para contornar uma crise política em torno do hipismo nos Jogos. Entidades ligadas à modalidade ameaçavam tirar a competição do Brasil, em articulação política para obter mudanças de procedimentos sanitários para entrada e saída de cavalos no país, e a dona do Magazine Luiza conduziu conversas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A pasta resolveu alterar o protocolo, e agora falta apenas um termo escrito para ratificar a disputa.

A crise em torno do hipismo vinha se arrastando havia meses, mas virou pública no dia 7 de outubro deste ano, quando Luiz Roberto Giugni, presidente da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) participou de um evento na Sociedade Hípica Paulista. Em entrevista coletiva, o dirigente reclamou do Mapa e disse que a FEI (Federação Equestre Internacional) cogitava impedir que a modalidade fosse disputada no Brasil durante a Rio-2016 se a questão não fosse resolvida até o fim do mês.

Segundo Giugni, a FEI cobrava mudanças na instrução normativa publicada pelo Mapa em abril deste ano, que determinava uma série de condições para a entrada de animais no país. O texto dizia, por exemplo, que era necessário um isolamento de 45 dias antes do embarque, com medidas de biosseguridade e supervisão veterinária contínua. Além disso, vetava atividades reprodutivas naturais ou artificiais no período.

A FEI não concordava com a necessidade de isolamento dos animais. Os cavalos usados no hipismo são extremamente treinados, e 45 dias de inatividade poderiam comprometer o desempenho deles nos Jogos Olímpicos. Coube a Luiza Trajano explicar esse contexto ao Mapa e articular uma alteração na instrução normativa, que será feita via inclusão de um dispositivo.

As conversas em torno do texto também tiveram participação de Marcelo Pedroso, presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), que funcionou como elo com FEI e União Europeia. A nova versão da instrução normativa foi aprovada em conference call realizada nesta semana e deve ser publicada no Diário Oficial da União até a próxima quinta-feira (05).

“A instrução normativa é específica para os Jogos Olímpicos”, explicou Pedroso. “O dispositivo é a inclusão de mais um modelo de certificado, que acompanha o animal na entrada no território brasileiro e que é emitido pelo órgão veterinário oficial do país de origem”, completou. Portanto, em vez de ficar isolado por 45 dias, o cavalo pode entrar no Brasil apenas com um documento que ateste sua saúde.

O dispositivo aproxima a instrução normativa brasileira do que é feito no Athina Onassis Horse Show, que atualmente é o evento com maior concentração de cavalos estrangeiros no país. “Muda basicamente a forma de enxergar essa quarentena. Antes você interpretava como total isolamento do animal com a demonstração de que o animal se manteve em condições sanitárias. Agora a garantia sanitária serve como permuta para atender aos requisitos”, encerrou Pedroso.

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