Brasileira campeã olímpica fica desempregada com crise russa e busca time
Titular absoluta da seleção feminina de vôlei, Fernanda Garay vive um momento difícil em sua carreira. Ela não renovou o seu vínculo com o Dínamo Krasnodar, da Rússia, por problemas financeiros do clube e agora busca uma equipe para o último ano do ciclo olímpico.
Fernanda Garay e seus empresários buscam clubes para a atleta no Brasil ou uma possível permanência no vôlei do exterior, onde está há duas temporadas. A única coisa que a ponteira deseja é manter o alto nível.
“Eu quero muito estar bem preparada e me apresentar bem para a seleção no final da temporada para brigar por uma vaga no Rio 2016. Dar continuidade ao trabalho na Rússia me possibilitava um nível de competição muito alto, além de contar com uma ótima estrutura de treinamentos da equipe. O meu foco continua o mesmo, por isso independentemente de onde seja, gostaria de estar em uma equipe que me possibilitasse o mesmo nível de exigência. Claro que após duas temporadas na Europa, o coração bate mais forte por permanecer aqui perto da família e amigos. Vamos ver o que Deus tem reservado para mim”, disse ao UOL Esporte.
“Preocupa (essa indefinição), mas não posso perder meu foco. Como falei, o objetivo é me preparar bem e fazer uma boa temporada, pois o tempo de preparação da seleção será muito curto. Por isso, durante esse tempo de espera estou me dedicando ao máximo para cuidar tanto da parte técnica quanto física, mas também da mente, para poder fazer a melhor escolha”, complementou.
De acordo com a atleta, o Dínamo enfrentou problemas desde a última temporada, inclusive com atrasos de alguns salários nas equipes masculina e feminina.
“Segundo minhas companheiras russas essa era uma situação normal devido a forma que é feito o repasse de verba dos patrocinadores. Porém a situação se manteve até agora. Os representantes do clube se comunicaram com meus empresários e apenas informaram que não havia uma previsão de quando a situação seria normalizada”, afirmou.
“Pensando justamente na temporada 2014, onde a questão da falta de pagamentos foi um problema, para que meu contrato fosse estendido haviam algumas condições que o clube deveria cumprir, antes do início desta temporada, para que o mesmo tivesse validade.
Não tendo sido cumpridas essas cláusulas, comunicamos ao clube que tão logo fosse regularizada a situação o contrato entraria em vigência e eu estaria apta a me apresentar em Krasnodar. Até o momento o clube não solucionou este problema nem tanto se posicionou”, completou.
Garay diz acreditar ser remota a chance dela voltar ao Dínamo nesta temporada. Além desta situação, o clube precisa conquistar a liberação da Federação Internacional de Voleibol para poder inscrever atletas estrangeiras.
Para permanecer no vôlei brasileiro, Fernanda Garay terá de se adequar ao “ranking”. Como é jogadora de ponta da seleção, ela tem pontuação 7, a máxima de uma atleta da Superliga como Jaqueline, Fabiana e Thaisa, entre outras equipes. Um time do torneio pode somar, no máximo, 43 pontos com suas jogadoras. O Vôlei Nestlé, último clube que a ponteira defendeu no Brasil, já chegou ao limite, por exemplo.
Enquanto não define sua situação, Garay segue se preparando fisicamente em Osasco. “Desde que acabou meu período com a seleção brasileira, não deixei de treinar, mas, além de ter de cuidar do físico, é importante manter pensamento positivo e ter fé que as coisas vão se ajeitar”, finalizou.