Com segurança feita por 16 mil soldados, Jogos têm boicote político e avanço na luta antidoping
Com a experiência recente do atentado a Munique, o Comitê Olímpico Internacional indicou a cidade canadense de Montreal confiante no renascimento dos Jogos. Cerca de 16 mil soldados protegeram a competição, e nenhuma ocorrência grave foi registrada.
 Logo após a cerimônia de abertura, porém, a paz deixou de reinar. Liderados pela Tanzânia, 22 países africanos abandonaram os Jogos por discordar da participação da Nova Zelândia, porque sua seleção de rúgbi (esporte não olímpico) tinha realizado uma turnê pela África do Sul, desrespeitando o embargo contra o regime do apartheid. Iraque, Líbano e Guiana aderiram ao boicote.
  O combate do COI ao doping entrou em nova fase. Os três medalhistas em cada prova foram submetidos ao controle, além de outros atletas escolhidos por sorteio. Foram realizados 2.000 exames, que detectaram 11 casos positivos, dos quais oito de levantadores de peso. No tiro esportivo, um atleta de Mônaco de 65 anos, Paulo Cerutti, foi desclassificado por tomar anfetaminas. A polonesa Danuta Rosani, do lançamento de disco, tornou-se a primeira mulher pega no atletismo.
  Na soma das medalhas, pela primeira vez os Estados Unidos ficaram em terceiro lugar no quadro geral, atrás de União Soviética e Alemanha Oriental.
  Brasil repete Munique
  No Canadá, a delegação brasileira repetiu o desempenho de Munique-1972, conquistando duas medalhas de bronze. Com uma delegação de 81 atletas, dos quais apenas sete mulheres, o Brasil participou de 13 modalidades.
  Seguindo a tradição do atletismo, o salto triplo foi o destaque do país. Depois dos feitos de Adhemar Ferreira da Silva e Nelson Prudêncio em edições anteriores dos Jogos, foi a vez de João do Pulo subir ao pódio para levar o bronze.
  João do Paulo chegou a Montreal como recordista mundial da prova, com a marca de 17,89 m do Pan do México-1975. O brasileiro liderou a fase eliminatória, mas não conseguiu passar dos 16,90 m e foi superado pelo soviético Viktor Saneyev, que faturou o ouro pela terceira vez consecutiva, com 17,29 m. O saltador, que morreu em 1999, participou ainda da Olimpíada seguinte, em Moscou-1980, onde foi bronze.
  O segundo bronze do Brasil foi na vela, com a dupla Reinaldo Conrad e Peter Ficker na classe Flying Dutchman, que por 0s4 não levou a prata. Para Conrad, foi o segundo pódio em Olimpíadas, já que no México-1968 ele também levou o bronze, ao lado de Bukhard Cordes.
  O futebol por pouco não aumentou a lista de medalhas, com um quarto lugar. O time comandado por Cláudio Coutinho, que seria técnico na Copa do Mundo de 1978, contou com futuros destaques em Mundiais, como o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho e o lateral Júnior. A seleção perdeu para a Polônia na semifinal e, na disputa pelo bronze, voltou a perder, para a União Soviética.
 
 União Soviética
 União Soviética  Alemanha Oriental
 Alemanha Oriental  Estados Unidos
 Estados Unidos  Alemanha Ocidental
 Alemanha Ocidental  Japão
 Japão  Polônia
 Polônia  Bulgária
 Bulgária  Cuba
 Cuba  Romênia
 Romênia  Hungria
 Hungria  Finlândia
 Finlândia  Suécia
 Suécia  Reino Unido
 Reino Unido  Itália
 Itália  França
 França  Iugoslávia
 Iugoslávia  Tchecoslováquia
 Tchecoslováquia  Nova Zelândia
 Nova Zelândia  Coréia do Sul
 Coréia do Sul  Suíça
 Suíça  Coréia do Norte
 Coréia do Norte  Jamaica
 Jamaica  Noruega
 Noruega  Dinamarca
 Dinamarca  México
 México  Trinidad e Tobago
 Trinidad e Tobago  Canadá
 Canadá  Bélgica
 Bélgica  Holanda
 Holanda  Espanha
 Espanha  Portugal
 Portugal  Austrália
 Austrália  Irã
 Irã  Mongólia
 Mongólia  Venezuela
 Venezuela  Brasil
 Brasil  Áustria
 Áustria  Bermuda
 Bermuda  Paquistão
 Paquistão  Porto Rico
 Porto Rico  Tailândia
 Tailândia  
 