Ato terrorista deixa dois mortos e mancha comemoração do centenário olímpico
Os Jogos do centenário das Olimpíadas deveriam ter sido realizados em Atenas, na Grécia. No entanto, acabaram cedidos a Atlanta, na Geórgia, pela pressão exercida pela Coca-Cola, que tem sede na cidade. Com a participação de mais de 10 mil atletas e de 197 países, os Jogos de 1996 deram novo passo ao gigantismo, mas os problemas de segurança ofereceram uma brecha a um episódio que abalou a competição.
Na madrugada do dia 27 de julho, uma explosão no parque Centenário, no centro da cidade, deixou dois mortos e mais de 100 feridos. O incidente gerou uma onda ainda maior de críticas a essa Olimpíada, já que a presença de 35 mil soldados e do FBI não impediu o ato terrorista.
O presidente norte-americano, Bill Clinton, prometeu tomar todas as medidas necessárias para proteger os atletas. E, cerca de três horas após a explosão, o Comitê Olímpico Internacional se pronunciou por meio de seu vice-presidente, o príncipe Alexandre de Merode, que garantiu a continuidade dos Jogos. No dia seguinte, as competições se realizaram normalmente, após um minuto de silêncio em cada uma das instalações.
Outros problemas foram o calor intenso de Atlanta e os contantes e enormes congestionamentos.
Vôlei de praia põe mulheres no topo
Com sua maior delegação na história das Olimpíadas, o Brasil conseguiu em Atlanta seu melhor desempenho nos Jogos, desde sua estreia, em 1920. Com 225 atletas, o Brasil conquistou 15 medalhas (três ouros, três pratas e nove bronzes).
Com direito a uma final nacional, Jacqueline e Sandra, do vôlei de praia, tornaram-se as primeiras brasileiras a ganhar um ouro olímpico. Na decisão, a dupla venceu Mônica e Adriana Samuel, medalhistas de prata. Na quadra, a equipe feminina ficou com o bronze ao derrotar a Rússia.
O esporte que mais rendeu pódios foi a vela: Robert Scheidt e Torben Grael (com Marcelo Ferreira) levaram o ouro nas classes Laser e Star, e Lars Grael e Kiko Pellicano terminaram em terceiro lugar na Tornado. Pela terceira edição consecutiva dos Jogos, o judô também fez uma boa participação. Aurélio Miguel, na categoria meio-pesado, e Henrique Guimarães, entre os meio-leves, trouxeram dois bronzes.
No futebol, o time de Zagallo tinha Dida, Bebeto, Ronaldo, Aldair, Rivaldo e Roberto Carlos, mas não cumpriu as expectativas. A seleção perdeu para a Nigéria, de virada, por 4 a 3 na semifinal e derrotou Portugal na decisão do terceiro lugar.
Dois quartetos completaram a lista de medalhas brasileiras. Robson Caetano, André Domingos, Arnaldo de Oliveira e Édson Luciano puseram o atletismo novamente no topo, depois da apagada atuação em 1992, e levaram o bronze no revezamento 4 x 100 m. No hipismo, a equipe formada por Rodrigo Pessoa, Álvaro Affonso de Miranda Neto (Doda), André Johannpeter e Luiz Felipe Azevedo também ficou em terceiro lugar nos saltos.