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Tiro

27/08/2008 - 10h39

Caso de doping e disparo primário marcam torneio de tiro em Pequim

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Apesar do bom desempenho de atletas chineses, com um terço dos ouros, o torneio de tiro dos Jogos de Pequim-2008 ficou marcado por dois atiradores que deixaram de ganhar medalhas. Enquanto o norte-coreano Jong-Su Kim foi obrigado a devolver as suas duas, de prata e bronze, após ser flagrado no antidoping, o norte-americano Matthew Emmons deixou escapar o ouro olímpico pela segunda vez consecutiva, por outra falha primária na mesma prova.

Issouf Sanogo/AFP

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Jong-Su Kim devolveu as medalhas de bronze e de prata após caso de doping

Jong-Su Kim, que havia conquistado o bronze na pistola de ar 10 m e a prata na prova de pistola 50 m, perdeu as medalhas quatro dias depois de subir ao pódio. O atirador norte-coreano foi excluído dos Jogos após ter resultado positivo em teste para o beta-bloqueador propranolol, substância que diminui o ritmo cardíaco, reduzindo a possibilidade de o atleta tremer no momento do disparo.

O norte-americano Matthew Emmons, por sua vez, não teve a sensação de subir ao lugar mais alto do pódio, apesar de ter estado muito próximo dele na prova de carabina três posições. Em Pequim, Emmons precisava acertar o último disparo em um ponto qualquer próximo ao centro depois de uma série de nove disparos quase perfeitos.

O atleta, que liderava a prova com 3,3 pontos de vantagem, marcou somente 4,4 no último tiro e caiu para a quarta colocação - até então, o pior disparo entre os competidores havia somado 7,7 pontos. Emmons, que levou a prata na prova de carabina deitado, encerrou a competição sem medalha na carabina três posições.

Foi a segunda vez consecutiva que Matthew Emmons perdeu o ouro olímpico no último tiro da mesma prova. Em Atenas-2004, o norte-americano tinha 23 anos e era a revelação do torneio, com três pontos de vantagem sobre o segundo colocado até a décima série da bateria final. Emmons acertou então um tiro de 8,1 pontos, pontuação que lhe garantiria a medalha de ouro, mas que foi mirado no alvo da pista à direita. Com o engano, os juízes deram nota zero ao atleta, que encerrou a prova na última posição.

Com dois representantes em Pequim, a participação da equipe brasileira na modalidade foi mais uma vez discreta. Os melhores resultados foram obtidos por Júlio Almeida, que conseguiu se manter sempre entre os 20 primeiros colocados. Na pistola de ar 10 m, o atirador carioca ficou com a 13ª posição e na pistola 50 m teve sua pior colocação, no 18º lugar. Já no tiro rápido 25 m, foi o 11º, mais próximo dos seis que avançaram à decisão.

Contra rivais muito mais fortes do que os enfrentados no Pan do Rio-2007, onde levou a medalha de prata na pistola de ar 10 m, Júlio não se credenciou a nenhuma das três finais nas provas que disputou.

O outro representante brasileiro na modalidade, Stênio Yamamoto, não chegou perto do índice de classificação para as finais das duas provas que disputou. O brasileiro caiu nas eliminatórias, encerrando sua participação como 43º colocado na pistola de ar dos 10 m e 44º na pistola 50 m.

A modalidade teve o domínio dos atletas chineses, que ficaram com cinco dos quinze ouros possíveis, além de duas pratas e um bronze, finalizando a competição com oito medalhas. Na disputa da carabina de ar 10 m, no entanto, a China foi surpreendida pelo indiano Abhinav Bindra. Na final, Bindra bateu o favorito chinês Qinan Zhu, campeão olímpico em Atenas-2004, para conquistar a primeira medalha de ouro da história da Índia em esportes individuais.

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