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Tiro Esportivo

Washington Alves/COB
Stênio não conseguiu boas colocações em Pequim

Stênio Yamamoto

"Quando falaram que eu poderia ir para a Olimpíada atirando, me interessei. Dois anos depois, estava entre os dez melhores do país".

Data de nascimento
24/06/1961
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
95 kg / 1,73m
Provas
Pistola 50 m e Pistola de ar 10 m
Participação em Pequim
43º na pistola de ar 10 m e 44º na pistola 50 m

A história de Stênio começou em 1999, quando o dentista ouviu um comentário que mudou sua vida. "Você atira? Sabia que pode ir para as Olimpíadas fazendo isso?" Atleta de final de semana, o descendente de japoneses não sabia, mas naquele momento abraçou o sonho de representar o país.

Hoje, nove anos após a descoberta, já competiu nos Jogos Pan-Americanos. Apesar do resultado frustrante no Rio, onde ficou de fora de duas finais, o descendente de japonês não tinha motivos para desanimar. Meses antes do Rio-2007, Stênio foi um dos primeiros brasileiros a conquistar a vaga olímpica, com o segundo lugar na etapa de Munique da Copa do Mundo.

Mas nas Olimpíadas de Pequim, Stênio não teve uma boa participação. O brasileiro caiu nas eliminatórias das duas provas que disputou: ficou na 43º colocação na pistola de ar dos 10 m, e foi 44º na pistola 50 m.

Aparentemente, o som dos tiros não combina com a filosofia zen. Yamamoto, porém, chegou às Olimpíadas justamente por essa estranha união. "Comecei a atirar porque meu pai gostava, mas eu só brincava. Ele dizia que a modalidade era zen e ele atirava justamente para isso, para limpar a cabeça", conta.

Seguindo essa filosofia, o atirador olímpico chegou a promover um encontro inusitado: levou um professor de tai-chi-chuan, a arte oriental de movimentos lentos, a um treino. "Ele ficou admirado como, na hora em que você está atirando, limpa toda a sua cabeça, exatamente como pregam as artes zen. Esvaziar a mente, afastar o stress", relata.

Habituado ao barulho dos famigerados motorzinhos de dentista, Yamamoto aponta as habilidades manuais desenvolvidas na profissão como um trunfo extra. "A minha profissão já ajuda uns 30% ou 40% na hora de atirar. Por causa da coordenação motora de precisão, eu tenho muito mais controle do movimento. Um técnico russo já dizia isso, que pintores e artesãos têm essa habilidade. Nós não trememos tanto", explica.