* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
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Fábio Luiz estreou em Olimpíadas, chegou à final, mas se mostrou muito decepcionado com a medalha de prata
Natural da pequena cidade de Marataízes, no Espírito Santo, Fábio Luiz disputou em Pequim a sua primeira Olimpíada ao lado de um dos mais experientes jogadores das praias brasileiras. Márcio, do Ceará, foi os Jogos pela segunda vez. No entanto, a dupla que foi campeã mundial em 2005 chegou à China cercada pela sombra dos favoritos Ricardo-Emanuel e pela desconfiança resultante de uma temporada ruim.
Fábio começou a carreira no vôlei indoor, onde foi bicampeão capixaba, jogando pelo Álvares Cabral, e campeão catarinense, pelo Barão Ceval. A migração para as areias aconteceu em 2001. Jogou com Luizão, Harley, Loiola e Paulo Emílio até ser descoberto pelo técnico Ronald Rocha, que o levou para Fortaleza em 2005 para formar dupla com Márcio. “Meu objetivo era formar uma dupla para ir para as Olimpíadas. Márcio defende bem, tem um dos melhores ataques do mundo e precisava de um bom bloqueador. Fábio, com 2,04m, é perfeito no fundamento”, diz o treinador.
Ronald conseguiu atingir seu objetivo, mas garantir um lugar nos jogos foi muito mais difícil do que ele poderia imaginar quando começou a comandar os treinos da dupla na Volta da Jurema há três anos. Logo no primeiro ano juntos, Márcio e Fábio Luiz foram campeões brasileiros e mundiais e ficaram em segundo lugar no circuito mundial. Dali em diante, sempre se mantiveram como a segunda força nacional, algumas vezes até mesmo vencendo Ricardo-Emanuel. Em 2007, inclusive, Fábio Luiz venceu o torneio Rei da Praia e o Desafio dos Reis ao lado de Márcio.
O ritmo da dupla, entretanto, despencou em 2008. Márcio-Fábio Luiz atravessou a primeira metade do circuito brasileiro chegando ao pódio somente uma vez e viu os até então desconhecidos Pedro Solberg e Harley, que haviam se unido em 2007, ameaçar a classificação olímpica. No início do ano, 600 pontos separavam as duas equipes na corrida rumo a Pequim. Às vésperas da reta de chegada para decidir quem acompanharia Ricardo-Emanuel na China, a distância era de 100 pontos. Ambas as duplas chegaram ao Aberto da França, último torneio classificatório para os Jogos, podendo garantir a vaga.
A situação de Márcio e Fábio Luiz ainda chegou a ficar dramática quando foram empurrados para a repescagem pelos rivais. Tudo parceria perdido até que as duas equipes se reencontraram na semifinal. Com a corda no pescoço, Márcio e Fábio Luiz conseguiram retomar as boas atuações de 2005 e garantiram lugar em Pequim com uma vitória por 2 a 0. No dia seguinte, veio o primeiro título na temporada.
“Retomamos o melhor do nosso voleibol. A gente tem um histórico, extenso, que mostra do que nós somos capazes. E isso tem que ser respeitado. Eu sempre quis ir muito para essa Olimpíada. O Márcio tinha o sonho de voltar a uma olimpíada e nós conseguimos. Agora vamos lá pensando sim em medalha. Vamos lá para fazer o nosso melhor”, dizia Fábio Luiz antes de Pequim.