* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
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"Em Atenas, fiquei deslumbrado com tantas pessoas, e o tamanho daquilo. Subi no ringue e minhas pernas não paravam de tremer"
Vindo de uma família de lutadores de Belém do Pará - seu tio, Dalgírio Ribeiro, foi profissional-, ele começou a praticar boxe em 1994, por influência de seus primos. Aos 15, Myke Carvalho subiu ao ringue pela primeira vez e aos 16 já treinava com a seleção. Aos 21, foi disputar sua primeira Olimpíada, a de Atenas.
A ascensão meteórica de Myke na seleção brasileira foi traçada em Cuba, em um estágio da equipe logo após o Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003. Ele e Alessandro Matos, um dos melhores da equipe nacional na época, chegaram à ilha do Caribe como concorrentes na vaga dos leves para Atenas. A solução foi colocá-los frente a frente no ringue. Myke venceu e fez Alessandro mudar de categoria.
Em Atenas, Myke foi mais um dos boxeadores brasileiros que perdeu na primeira rodada. Ele foi eliminado pelo porto-riquenho Alexander de Jesus, por 39 a 24. "Fiquei deslumbrado com a quantidade de pessoas, o tamanho daquilo tudo. Subi no ringue e minhas pernas não paravam de tremer", confessou.
Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no ano passado, Myke foi medalhista de bronze. O orgulho de suas origens fez o pugilista tatuar, do lado esquerdo do ombro e do peito, uma bandeira dividida ao meio, com as bandeiras do Brasil de um lado, e do Estado do Pará de outro.
Quatro anos depois de Atenas, Myke teve a chance de melhorar sua história olímpica em Pequim, mas não o conseguiu. Para se classificar aos Jogos, no Pré-Olímpico da Guatemala, Myke teve bom começo e chegou invicto ao combate contra o dominicano Manuel Diaz, que lhe tomou um lugar na final. O brasileiro vencia o combate, mas foi penalizado por segurar o rival no segundo final. Na repescagem, Myke não desanimou e derrotou o argentino Gumersindo Carrasco por 3 a 2 para ficar com a medalha de bronze e a sexta e última vaga do país para a China.
Em Pequim, o desempenho de Atenas se repetiu, com a eliminação logo na primeira rodada. O algoz da vez foi Richarno Colin, de Maurício, que aproveitou sua maior movimentação e a afobação do brasileiro para abrir distância no placar e vencer por 15 a 11 após os quatro assaltos. Com isso, mais uma vez Myke deixou a disputa na estréia e não conseguiu seguir o sonho de buscar uma medalha.