Após ficar apenas na sexta colocação da final olímpica do salto triplo, o brasileiro Jadel Gregório não conseguiu esconder a decepção pelo resultado, ainda pior do que o quinto lugar em Atenas-2004. Com apenas 17,20 m, o paranaense não chegou perto das medalhas e viu o português Nélson Évora, seu algoz no Mundial de 2007, quando ficou com a prata, ser o campeão.
Primeiramente, o triplista passou a zona de imprensa sem querer dar declarações. "Não consigo falar", limitou-se a dizer. Depois, caiu no choro, lamentando a decepção, uma vez que, assim como há quatro anos, chegou como um dos favoritos à medalha. Desta vez, ele conta inclusive com a melhor marca da atualidade, com o recorde sul-americano de 17,90 m.
Na volta dos vestiários, o atleta não conseguiu dar explicações para mais um revés. "Não foi o que eu esperava e não foi o que o Brasil esperava", admitiu ele. "As coisas não aconteceram do jeito que a gente queria, mas o Jadel é novo", completou o triplista de 27 anos.
"Eu trabalhei o ano todo, me sacrifiquei, mas não sei o que aconteceu", lamentou, sem saber dizer qual foi o problema em seus saltos. "Ainda vou ver o vídeo da prova para analisar onde errei. Mas não senti a pressão e não foi um trauma. Foi apenas um resultado que não saiu".
Tentando não se deixar abater, Jadel já falou de seu próximo objetivo, com a volta do circuito europeu de atletismo. O triplista já pensa na próxima prova. "Vou ter de me recuperar rápido, pois dia 29 já volto a competir", garantiu ele, que deve disputar a etapa de Zurique da Liga de Ouro, na Suíça, nesta data.
Apesar de afirmar que não sabe qual foi o problema desta quinta, a preparação final do saltador foi conturbada e pode ter influenciado. Primeiro, ele pediu de última hora para a confederação brasileira inscrever seu atual técnico, o inglês Peter Stanley. A entidade acabou conseguindo uma credencial de técnico pessoal, que não dava direito a entrada na Vila Olímpica, mas concedia acesso aos treinos.
Quem acabou viajando para Pequim foi o técnico brasileiro de Jadel, Pedro Henrique Toledo. O problema é que Jadel pouco se comunicava com ele, avisando dos horários de treinamento. O técnico acabou se isolando em um hotel de Pequim e voltou para o Brasil antes do atletismo olímpico começar.