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21/08/2008 - 11h15

Em sexto, Jadel Gregório repete Atenas, decepciona, e fica fora do pódio

Rodrigo Bertolotto
Em Pequim (CHN)*
Um dos favoritos a ocupar um lugar no pódio do salto triplo, Jadel Gregório piorou em uma posição a quinta colocação de Atenas-2004 e ficou longe da sua primeira medalha olímpica. Nesta quinta-feira, no Ninho de Pássaro, o vice-campeão mundial não deu mostras da qualidade que o levou a quebrar o recorde sul-americano em 2007 e voltou a decepcionar.

David J. Phillip/AP
Jadel não conseguiu dar mostras de seus melhores saltos e terminou apenas o em 6º
David J. Phillip/AP
Nélson Évora mostrou segurança em seus saltos e garantiu o primeiro título olímpico
Kevin Frayer/AP
Antes de seu último salto, o português já festejava o ouro, com lágrimas nos olhos
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Após chegar em Pequim esbanjando confiança, o paranaense não encontrou seu salto em nenhum momento na China. Nas eliminatórias, foi o nono colocado. Na final, melhorou apenas cinco centímetros o que fizera anteriormente e, com apenas 17,20 m - 70 centímetros menos que sua marca sul-americana -, amargou a sexta posição.

Lutando pela ponta da prova, quatro atletas fizeram uma bela disputa, em que o ouro acabou ficando com seu algoz no Mundial de Osaka, em 2007, o português Nélson Évora, com a marca de 17,67 m. "A disputa do ouro olímpico foi mais difícil e emocionante que o Mundial de Osaka. O último salto corri chorando pela vitória garantida", afirmou ele, emocionado por acabar com o jejum de 12 anos sem medalha olímpica de Portugal. O país não ganhava ouro desde Atlanta-1996, com Fernanda Ribeiro, nos 10.000 metros.

Completaram o pódio Phillips Idowu, do Reino Unido, com a prata e a marca de 17,62 m, e o terceiro colocado foi Leevan Sands, de Bahamas, com 17,59 m.

Jadel, que chegou a fazer gracejos às câmeras no maior estilo Usain Bolt, no aquecimento, começou mal a prova. Na primeira tentativa, fez a marca de 17,14 m e deu a impressão de que estava esquentando. No entanto, suas três tentativas decepcionaram, enquanto seus rivais começaram a crescer. O triplista alcançou 16,55 m e, sem ao menos fazer o terceiro salto, passou reto pelo banco de areia e teve 13,79 m.

Assim, acabou apenas na sétima colocação entre os oito que têm direito a fazer mais três saltos na disputa por medalhas. Enquanto isso, quatro atletas despontaram com boas marcas: Idowu, Sands, Évora e Arnie Girat (Cuba), todos superando os 17,50 m.

Na quarta tentativa, quem assumiu a liderança e não a deixou mais foi Évora, passando em cinco centímetros Idowu, que tinha 17,62 m. O paranaense continuou sem conseguir encontrar seu ritmo. Com a corrida fraca e pouca potência, fez apenas 16,83 m e, em seguida, 16,78 m, permanecendo em sétimo.

O brasileiro ainda melhorou em seu último salto, mas fez apenas 17,20 m, ganhando uma posição, marca insuficiente para chegar entre os três primeiros.

Até a chegada a Pequim, Jadel Gregório somava uma incrível marca e algumas decepções nos últimos anos. A primeira falha foi o quinto lugar em Atenas-2004, quando afirmava que só faltava saber a cor de sua medalha. Com o segundo melhor salto da temporada, era um dos favoritos para o ouro, mas nem bronze conquistou.

Depois, quando perdeu o ouro do Mundial de Osaka, em 2007, para um rival até então desconhecido, o português Nélson Évora. Se os resultados colocaram dúvidas na cabeça do torcedor brasileiro, sua melhor marca dizia o contrário.

Com 17,90 m, recordista sul-americano batendo João do Pulo, o brasileiro sustenta o melhor salto da atualidade, e seus adversários acompanham com certa distância. Entre os finalistas, o romeno Marian Oprea já fez 17,81 m e Évora tem como recorde pessoal apenas 17,74 m. Mesmo o seu arqui-rival Christian Olsson, da Suécia, nunca chegou próximo disso, fazendo 17,79 m - ele ficou fora dos Jogos por lesão.

*Atualizada às 11h28

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