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20/08/2008 - 11h47

Vitória brasileira no vôlei tem discussão e excesso de vontade

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Uma discussão entre o meio-de-rede Gustavo e o levantador Marcelinho e dois lances de excesso de vontade do ponteiro Giba marcaram a vitória do Brasil sobre a China por 3 sets a 0 nesta quarta-feira, pelas quartas-de-final dos Jogos de Pequim. O resultado classificou o Brasil para a semifinal contra a Itália.

O bate-boca aconteceu no começo do segundo set. No banco de reservas, Gustavo e Marcelinho discutiram asperamente. No tempo técnico que aconteceu em seguida, os jogadores não se olharam. Depois, no decorrer da partida, se cumprimentaram normalmente.

"Não foi nada demais. Eu só pedi para fazer o jogo mais simples para ninguém se machucar", disse Gustavo. O meio-de-rede afirmou que Marcelinho não era o único alvo da bronca. "Foi geral".

Na saída da quadra, o levantador tentou minimizar a discussão. "Foi tudo ótimo, não tem problema nenhum. O importante é ganhar", disse o jogador.

A preocupação quanto a lesões tem fundamento. No treino de terça-feira, o oposto Anderson torceu o tornozelo esquerdo e ficou sem condições de enfrentar a China. E o excesso de vontade colocou outros atletas em risco.

No terceiro set, o ponteiro Giba tentou atacar duas bolas que estavam destinadas a outros jogadores. Nos dois lances ele perdeu o tempo da bola e quase colidiu com um companheiro.

O ponteiro Dante, protagonista do primeiro lance, relata o que aconteceu. "Foi uma bola espirrada pelo Escadinha que vinha para mim, mas eu já estava de olho no Giba. Quando vi que ele foi para a bola eu parei. Isso é sinal vontade, muita vontade de ganhar. Não pode desistir nunca."

Giba reconheceu que errou no lance. "Eu não prestei atenção no que era, só ouvi alguém berrando", disse o jogador, que recebeu uma dura de Bernardinho. "Pedi para ele segurar a onda. Ele nem estava pensando, foi em uma bola que era de outro", afirmou o treinador.

Para o técnico, entretanto, os lances de Giba não mostram falta de conversa entre os jogadores da seleção. "Faltou um pouco de comunicação em alguns momentos, como em uma bola que ninguém foi, mas eles se comunicam bastante. Hoje mesmo um repórter estrangeiro me perguntou o que eles tanto gritam em quadra", falou Bernardinho.

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