UOL Olimpíadas 2008 Notícias

18/08/2008 - 16h03

"Fernanda foi genial nas últimas seis regatas", elogia técnico da dupla

Bruno Doro
Em Pequim (China)
Em suas primeiras duas Olimpíadas, a gaúcha Fernanda Oliveira foi uma simples figurante. Em Sydney-2000, sua estréia olímpica aos 19 anos, foi apenas 19ª colocada ao lado da veterana Maria Krahe. Em Atenas-2004, com Adriana Kostiw, mais uma vez ficou longe do pódio, 17º lugar.

Em Pequim-2008, porém, performances como essas não se repetiram. A partir da quinta regata, Fernanda e sua proeira Isabel Swan chegaram sempre entre as dez primeiras colocadas, acumulando um segundo lugar, um quarto, dois sextos e um sétimo lugares. Além, claro, da vitória na regata da medalha, que reunia apenas as dez melhores duplas da competição.

"A Fernanda foi genial. Ela comprou a responsabilidade de navegar o barco, de olhar em volta, de ler as condições. E foi perfeita nisso", elogiou o técnico Paulo Ribeiro, o Paulinho, que está com as duas desde 2005.

Na última prova, na única vitória das brasileiras em Pequim, a gaúcha mostrou maturidade. Lutando pela medalha de prata, mas com o bronze ameaçado pelas israelenses Nike Kornecki e Vered Bouskila, ela quase levou o Brasil ao segundo lugar. Na primeira bóia, as holandesas Marcelien de Koning e Lobke Berkhout montaram em nono lugar e as brasileiras, em segundo, resultado necessário para uma troca de posições.

Na penúltima perna, porém, as holandesas já estavam em sexto lugar, que garantia a prata. As brasileiras, porém, ultrapassaram as israelenses e garantiram a vitória. "Essa regata da medalha é sempre mais pegada e elas mostraram muita consciência. Montaram a bóia em segundo e, no segundo contra vento, foram para cima e o barco respondeu. As israelenses até tentaram no último popa andar mais rápido, mais orçado, mas em um ângulo diferente, mas a Fernanda não comprou", analisa Ribeiro.

Segundo ele, a performance em Pequim mostrou uma consistência que não exisitia antes dessa temporada. "As duas tinham algo como um botão de liga e desliga. Tinham momentos geniais e outros muito ruins. Isso aconteceu aqui, mas elas conseguiram se recuperar e foram consistentes", diz Ribeiro.

Apesar de chegar aos Jogos Olímpicos apenas como a 20ª dupla no ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela), Fernanda e Isabel chegaram aos Jogos como candidatas a uma medalha. Já tinham sido quartas na Pré-Olímpica de Qingdao, em 2006, na mesma raia olímpica, e vinham de um segundo lugar na Semana Olímpica da Holanda, seu primeiro pódio em competições do chamado Grand Slam da vela.

"Viemos com chances de medalha e acho que foi um resultado justo terminar com este bronze. É claro que elas não foram perfeitas. No meio da competição, perderam alguns pontos que as líderes não perderam, mas é complicado falar que poderiam ter tido uma competição melhor", completa Ribeiro.

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