UOL Olimpíadas 2008 Notícias

16/08/2008 - 14h11

Homem mais rápido do mundo foi movido a nuggets nas Olimpíadas

Bruno Doro
Em Pequim (China)
Ele acordou tarde, não tomou café da manhã. No almoço, comeu apenas alguns nuggets de frango e voltou para seu apartamento, para dormir. Pouco, umas três horas. Quando acordou, pegou mais alguns nuggets e foi para o estádio olímpico. Venceu os 100 metros rasos, com direito a recorde mundial.

O dia em que o jamaicano Usain Bolt se tornou o homem mais rápido das Olimpíadas de Pequim não poderia ter sido mais trivial. Nada de treinos especiais ou conversas de motivação. Nem mesmo música ele ouviu antes de ir para a pista, como muitos atletas costumam fazer.

Ele apenas se divertiu. "Eu sou assim. O que importa é se divertir correndo. E eu faço isso sempre". Assim que quebrou seu próprio recorde mundial, baixando o tempo mais rápido da história dos 100 m rasos de 9s72 para 9s69, ele dançou ao som de reggae, foi até a torcida, cumprimentou todos que viu.

Na coletiva de imprensa, obrigatória para todos os medalhistas olímpicos, chegou sorrindo, com o boné para o lado, e comendo uma maçã. Descontraído. Nem parecia que tinha acabado de fazer a mais impressionante prova da história dos 100 m rasos.

"Eu entrei para vencer. Mas sei que esse ouro significa muito para a Jamaica. È nosso primeiro ouro nos 100 m rasos masculino. Mas quando eu corro, não me preocupo com isso. Só quero ser o mais rápido, o melhor de todos".

Nesse mesmo sentido, Bolt lamentou a ausência de Tyson Gay na final. O norte-americano parou nas semifinais, dando sinais de que a lesão muscular que o tirou da equipe dos EUA para os 200 m ainda era um problema.

"Para ser o melhor, eu preciso vencer os melhores. Por isso, quero voltar a correr com Tyson Gay. Sei que na próxima temporada ele voltará com tudo. E Asafa também. Asafa teve algumas contusões no começo do ano e vai voltar a correr como antes. Tenho certeza. Quero enfrentá-los novamente".

Se voltar a correr como correu neste sábado, porém, nenhum deles terá chance. Bolt quebrou o recorde mundial mesmo sem acelerar nos últimos 40 metros. A partir dos 80, ele já comemorava, com braços abertos e dando socos no peito. No estádio Ninho de Pássaro, todos ficaram se perguntando quanto o campeão olímpico poderia ter feito se tivesse levado a final a sério - pelo menos no que diz respeito ao tempo. "Eu entrei para vencer, não para quebrar o recorde mundial. Ainda tenho muito tempo para quebrar o recorde mundial".

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