UOL Olimpíadas 2008 Notícias

16/08/2008 - 11h33

Com recorde de 9s69, Bolt se diverte e é o campeão olímpico dos 100 m

Bruno Doro
Em Pequim (CHN)*
O Ninho de Pássaro ficou calado precisamente às 11h30 deste sábado. As quase 91 mil pessoas presentes mal respiraram nos menos de dez segundos em que Usain Bolt desfilou, do alto de seus 1,96 m de altura, na pista.

Anja Niedringhaus/AP
Bolt sobrou desde as eliminatórias, sempre liderando, e brincou também na decisão
AP
Asafa Powell (e) não foi páreo para seu compatriota jamaicano e ficou em quinto
Crédito
Com a bandeira da Jamaica em punho, Bolt repete o gesto feito antes da largada
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Nada de duelo com Asafa Powell ou Tyson Gay. A pista era toda do jamaicano de 21 anos. Fácil? Foi o que pareceu. Ainda com 40 metros para o final, abriu os braços e começou a comemorar. Novo recorde mundial, com 9s69. Powell, que antes dos Jogos Olímpicos era apontado como seu grande rival, apenas em quinto lugar.

Assim que Bolt cruzou a linha de chegada, o estádio saiu de seu transe e os torcedores se deram conta do que tinha acontecido. Ninguém imaginava que a final dos 100 m, que deveria ser um duelo entre os três homens mais rápidos do mundo, terminasse com um show solo de Bolt.

O segundo colocado, Richard Thompson, de Trinidad e Tobago, ficou a 20 centésimos de segundo do jamaicano. O medalhista de bronze, o norte-americano Walter Dix, ficou a 21. Powell, a distantes 26 centésimos, pela segunda vez em quinto lugar na final olímpica da prova.

Desde as eliminatórias, o novo campeão brincou em suas provas, sorrindo e olhando para os lados. Na final, ao passar pela marca dos 60 m, Bolt mirou seu lado direito. Ao ver na raia sete que Powell não ameaçaria seu feito, abriu os braços.

"Eu vim aqui apenas para vencer, este era o meu objetivo", disse ele à rede de televisão BBC, logo após o fim da prova e a parada para as tradicionais fotografias ao lado do cronômetro. "Nem reparei que havia batido o recorde até dar minha volta olímpica".

Aos 21 anos, Bolt chegou aos Jogos Olímpicos como a grande sensação da temporada nas provas de velocidade. Ele começou a correr os 100 m rasos apenas no ano passado, após convencer seu técnico de que poderia ser veloz na prova mais rápida do atletismo.

Em sua segunda vez na distância, no início de maio, marcou 9s76, a segunda melhor marca da história na época. Pouco depois, no dia 31 de maio, surpreendeu o mundo correndo 9s72, em um GP em Nova York, batendo o campeão mundial Tyson Gay.

Já Powell continua com o estigma de amarelão que carregou pelos últimos anos. No Mundial do ano passado, em Osaka, o primeiro em que chegou como recordista mundial, Asafa decepcionou e ficou atrás não só do campeão mundial Tyson Gay, mas também de Derrick Atkins, das Bahamas.

Agora, o campeão dos 100 m pode finalmente se dedicar a sua especialidade. Após vencer os 100 m, o jamaicano já começa a se preparara para os 200 m. "Agora já estou focando apenas nos 200 m. Eu cheguei aqui preparado e vou fazer vencer".

Capitaneado pelos dois jamaicanos, a final dos 100 m rasos foi dominada pelos caribenhos. Dos oito corredores classificados, seis eram de países da região, entre eles três jamaicanos (o outro era Michael Frater), dois de Trinidad e Tobago (Richardo Thompson e Marc Burns) e um das Antilhas Holandesas (Churandy Martina). Os outros dois eram norte-americanos (Walter Dix e Darvis Patton).

O Ninho de Pássaro ficou lotado para ver a prova mais nobre dos Jogos Olímpicos de Pequim. O moderno estádio nacional chinês, com capacidade para 91 mil pessoas, recebeu perto desse número.

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