O Brasil chegou a Pequim como um dos favoritos no judô após a campanha vitoriosa no Mundial do Rio de Janeiro. Junto com os três campeões mundiais (João Derly, Tiago Camilo e Luciano Correa) que inscreveu nos Jogos Olímpicos, porém, veio também a pressão pelos resultados.
Técnico do time, o ex-judoca Luiz Shinohara espera que as medalhas de Leandro Guilheiro e Ketleyn Quadros, desta segunda, amenizem a pressão e tornem mais fácil a vida dos outros integrantes do time. Lutam na madrugada desta terça-feira os meio-médios, Tiago Camilo e Danieli Yuri.
"Espero que esse resultado tenha aberto a porta. O Leandro, em sua primeira luta, admitiu que sentiu a pressão, mas depois se soltou. Espero que as medalhas façam com que o nosso time tire o freio de mão", diz Shinohara, olímpico em 1980 e 1984.
Ele até mesmo cita o campeão mundial João Derly, que lutou no domingo, como exemplo. O gaúcho, que vinha de dois títulos mundiais, foi derrotado em sua segunda luta, para o português Pedro Dias e nem mesmo foi à repescagem.
Dois fregueses seus, o japonês Masato Uchishiba, ouro, e o cubano Yordanis Arencibia, bronze, foram ao pódio. Detalhe: os dois já tinham disputado as Olimpíadas e Derly estava estreando. "Olimpíada é diferente, até pelo tamanho. É muito maior. O João sentiu isso. Acho que ele entrou com um pouco de receio, não partiu para cima. O Leandro fez o mesmo em sua estréia, e ele já tinha ido para Atenas", analisa Shinohara.