UOL Olimpíadas 2008 Notícias

07/08/2008 - 11h29

Técnica contesta Sampaio e diz que substituição pode atrapalhar grupo

Bruno Doro
Em Pequim (China)
Quando desembarcar em Pequim, Andressa Fernandes, substituta da cortada Érika Miranda na categoria até 52 kg, não deverá ter uma recepção de gala por parte da delegação brasileira. Depois de Ney Wilson, coordenador técnico e chefe de equipe do judô nas Olimpíadas, afirmar que a Confederação Brasileira não teve má vontade no imbróglio envolvendo as atletas, foi a vez de a técnica Rosicléia Campos sair em defesa da CBJ.

As críticas da treinadora dirigiram-se, principalmente, a Rogério Sampaio, medalhista de ouro em Barcelona-1992 e atual técnico de Andressa no Santos. Em comunicado oficial, o ex-judoca afirmou que a CBJ vetou a participação olímpica de sua pupila e tumultuou uma "questão tão simples".

"Rogério foi infeliz da maneira como agiu. Ele faltou com respeito com quem está trabalhando aqui", disparou Rosicléia. "A pessoa tem o direito de reivindicar o que quiser, mas existem formas e formas de pedir isso, e ele achou a pior delas".

A treinadora também ressaltou que a CBJ vinha tentando a substituição das judocas desde o anúncio do corte de Érika Miranda. "Em momento nenhum fomos contra a inscrição. O judô faz um trabalho sério, com medalhas em Olimpíadas anteriores. Não tem por que ficar de picuinha", afirmou. "Ninguém falou que era fácil trocar atleta. Estamos na China, a comunicação é difícil, a FIJ [Federação Internacional de Judô] ainda não tinha chegado, para entrar aqui não é fácil. Tudo tem um tempo certo, e é injusto falar besteira".

A insatisfação se mostra tão grande que Rosicléia deixou implícito que a chegada de Andressa pode desestabilizar a equipe. "Eu era a favor de não ter acontecido nada. Eu queria a Érika aqui, mas imprevistos acontecem. Eu queria que ela permanecesse aqui, porque ela faz parte da equipe e esse grupo está muito fechado", argumentou a técnica. "É claro que judô é um esporte individual, mas eu acredito muito em energia, e acho que a energia desse time vai dar uma freada com a mudança".

A permanência de Érika Miranda na Vila Olímpica, como a CBJ pretendia, está descartada, já que Andressa Fernandes ocupará seu lugar na residência oficial dos atletas. Mas a entidade ainda tenta manter a judoca cortada em Pequim, buscando um hotel na cidade e revisando a data de sua passagem de volta ao Brasil.

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