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29/07/2008 - 22h50

Sem a aura de "imbatível", seleção de vôlei não vê hora de treinar

Fernando Narazaki
Em Guarulhos
Um time trabalhador, incessante e que não pára de treinar. A marca que sempre acompanhou a seleção brasileira masculina de vôlei virou a saída da equipe para esquecer de vez as duas derrotas sofridas na Liga Mundial e superar o "pior momento" da era Bernardinho, como o próprio treinador definiu nesta noite de terça-feira durante o embarque da delegação para as Olimpíadas de Pequim.

A equipe viajou para o Canadá e não escondeu a ansiedade para treinar logo e esquecer os tropeços na Liga. "A hora que a gente começar a se envolver com Olimpíada, voltar a treinar e focar, a gente vai deixar esta frustração um pouco de lado", confessou o ponta Murilo.

No Canadá, a equipe fará dois treinos antes de embarcar para o Japão, onde realizará a fase final de treinos antes das Olimpíadas. "Será bom, vamos fazer estes dois treinos e depois viajar", explicou o técnico Bernardinho. A programação é diferente da equipe feminina de vôlei, que tomou o mesmo vôo para o Canadá nesta noite, mas seguirá direto para o Japão.

Com a parada, a equipe também terá uma chance de assimilar as derrotas sofridas na Liga Mundial. Além de provocar nova frustração caseira e tirar a seleção pela primeira vez do pódio desde 2001, as duas derrotas mexeram com os brios do grupo, que viu se confirmar na quadra o que sempre disseram nas entrevistas. "Não somos imbatíveis", "somos um dos favoritos" e "este rótulo de imbatível quem sempre deu foi a imprensa" soavam como um mantra da delegação nas respostas desta terça.

"Temos de ter pés no chão, ficar com o grupo mais fechado e sabendo que temos a mesma condição de outros cinco favoritos. Somos um dos favoritos, mas não o único", explicou o ponta Giba em um discurso praticamente seguido pelo restante do elenco.

Apesar de ainda estarem chateados com a derrota, a seleção procurou mostrar sua confiança para as Olimpíadas. "A gente sabia que uma hora ia perder, foi bom até que aconteceu agora. Vamos para Pequim e sabendo que temos de manter o mesmo trabalho para voltar (ao pódio)", avaliou o líbero Escandinha.

Para o oposto André Nascimento, a melhor resposta aos descrentes será a conquista do bicampeonato olímpico. "A gente espera voltar com a medalha de ouro e ter de novo as alegrias que vivemos em Atenas. Sabemos que será difícil, mas podemos conseguir", disse.

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