UOL Olimpíadas 2008 Notícias

29/07/2008 - 21h04

Bernardinho admite que seleção vive pior momento em seu comando

Fernando Narazaki e Maurício Dehò
Em Guarulhos
Com oito anos a frente da seleção brasileira masculina de vôlei, o técnico Bernardinho admitiu que atravessa seu pior momento no comando da equipe após as duas derrotas sofridas na fase final da Liga Mundial.

Nesta noite de terça-feira, o treinador foi enfático ao avaliar a fase da seleção. "Este é o momento de maior dificuldade. Se eles são verdadeiros campeões, como eu acredito que eles sejam, grandes campeões você vê nesta hora como eles lidam com isso", definiu Bernardinho, durante o embarque do Brasil para as Olimpíadas de Pequim.

O comandante lamentou principalmente a forma como foram as derrotas para EUA (por 3 sets a 0 na semifinal) e Rússia (por 3 sets a 1 na disputa do terceiro lugar) da Liga Mundial. "É o momento de questionar as razões dessa situação. A gente não é imbatível, mas não pode aceitar sair de quadra e saber que não deu o melhor", disparou.

Os tropeços na Liga levaram o Brasil a ter o pior resultado nos oito anos da era Bernardinho, sendo também a única vez em 27 torneios que a equipe ficou fora do pódio. O time tem um ouro olímpico (Atenas-2004), dois títulos mundiais (2002 e 2006) e seis Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007).

A análise de Bernardinho, porém, dividiu o elenco da seleção, tão conhecido pelo seu discurso ensaiado. O oposto Anderson concordou com o comandante. "Foi uma derrota muito difícil. É um momento chato e a gente vai ter que saber lidar com isso", explicou.

Já o capitão da equipe, Giba, tratou de minimizar o impacto das derrotas sofridas no Rio de Janeiro. Ao saber da declaração do técnico, o ponta pensou bem, mas não aceitou a análise. "Foi uma coisa fora do que a gente estava acostumado, mas a gente tem de ter de calma. Nós já passamos por momentos iguais e soubemos sempre superar", avaliou.

O líbero Escadinha foi mais longe e tratou de encarar o fato com normalidade. "Nós sempre vencemos e nas vezes em que perdemos, as pessoas acham que é errado. Não é assim, naqueles dias o jogo não fluiu, nada dava certo. Eu fiquei meia hora chateado, mas depois vai que vai", disparou.

Para o atleta, a situação é apenas um resultado circunstancial. "O que de bom aconteceu nesses oito anos foi o que aconteceu de ruim nesses dois dias", minimizou o líbero.

Ainda tentando esquecer a derrota, a seleção já está a caminho do Canadá e deve chegar na tarde desta quarta. A equipe fará dois treinos no país, antes de pegar novo avião, agora com destino ao Japão, onde fará a etapa final de preparação antes da chegada em Pequim.

Compartilhe: