A levantadora Fofão não será a única a usar a camisa verde-amarela da seleção feminina de vôlei pela última vez nos Jogos de Pequim. A meio-de-rede Walewska revelou ao
UOL Esporte que também se aposentará do combinado nacional, embora tenha apenas 28 anos.
Uma das jogadoras mais experientes do atual time comandado por José Roberto Guimarães, a central mostra que está lidando muito bem com a situação e que ninguém a fará mudar de idéia. "Nada me faria voltar atrás nessa decisão", contou à reportagem.
Os 10 anos de serviço à seleção brasileira deixaram sinais de cansaço em Walewska. Convocada pela primeira vez pelo então técnico Bernardinho em 1998, a meio-de-rede ausentou-se da equipe por apenas um ano, em 2002, e por questões políticas, já que não concordava com os métodos do antecessor de Zé Roberto, Marco Aurélio Motta.
A central alega como principal razão de sua despedida o fato de ter assinado um contrato de dois anos com o clube russo Odsintovo. "Vai ser difícil conciliar com a seleção", explica a central, que está no voleibol europeu desde 2004, tendo passado por Perugia (Itália) e Murcia (Espanha). "É hora de dar um tempo [na vida de jogadora de clube e seleção], estou muito cansada".
Além dos novos caminhos profissionais, Walewska também tem projetos pessoais que exigem maior tempo. "Já estou namorando há seis anos e não casei até agora. Vou casar no ano que vem, e daqui a uns dois ou três anos vou parar para ter filho", revela a mineira, que avisa que a aposentadoria será restrita à seleção. "Não quero parar agora, quero jogar por mais uns quatro anos".
Embora o encerramento definitivo da carreira ainda esteja longe, a atleta já sabe o que fará após esse período. "Vou estudar cinema. Já estou lendo uns livros sobre isso para conhecer melhor".
Às vésperas de sua última Olimpíada, Walewska sabe bem qual é o seu papel dentro do grupo. "A minha responsabilidade é maior. Em 2000 e 2004 eu já jogava, mas hoje eu sou uma das mais experientes do time, tenho mais responsabilidade nessa equipe, até de comando", comenta a jogadora, deixando de lado qualquer resquício do trauma vivido em Atenas após a fatídica derrota para a Rússia. "Isso não existe mais. Nós [atual seleção] construímos nossa história a partir de 2004".