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29/07/2008 - 16h30

Disposto a ficar, Zé Roberto admite: permanência dependerá de resultado

Paula Almeida
Em São Paulo
José Roberto Guimarães chegou ao comando da seleção brasileira feminina de vôlei no segundo semestre de 2003 para arranjar, às pressas, um time competitivo para os Jogos de Atenas-2004. De fato, ele conseguiu reunir veteranas, que estavam afastadas devido a atritos com o técnico anterior, Marco Aurélio Motta, e levou o grupo às semifinais olímpicas. O desfecho daquela competição não foi dos melhores, já que as derrotas para Rússia e Cuba não foram muito bem digeridas até hoje. Mas o treinador continuou no cargo e hoje chega forte aos Jogos de Pequim.

MOMENTOS NO TIME FEMININO
FIVB/Divulgação
Em jul/2004, Zé Roberto reuniu veteranas e levou a seleção ao tetra do Grand Prix
Reuters/Sergio Moraes
Um mês depois, a 1ª decepção: fiasco em Atenas e fim da era de Fernanda e Virna
AFP/Kimimasa Mayama
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Passados quase cinco anos, Zé Roberto conquistou 14 títulos com a equipe feminina, o último deles no início de julho, o Grand Prix, e almeja um ouro na China para coroar esse ciclo olímpico.

Quando questionado sobre sua permanência no comando da seleção, o técnico é categórico: sim, ele quer ficar. Admite, porém, que o resultado nas Olimpíadas de Pequim será preponderante na decisão da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) em mantê-lo ou não na função. "Vai depender do resultado, não adianta. Mas eu quero ficar", contou o treinador ao UOL Esporte.

Entretanto, o treinador já avisou que, dessa vez, não cederá às condições da entidade. Ele revelou que, no ano passado, o presidente da CBV, Ary Graça, lhe pediu, quase em tom de exigência, que deixasse o comando do italiano Pesaro. Apalavrado com o time naquela ocasião e responsável pela contratação de todo o elenco para a temporada 2007/08, Zé Roberto aceitou dedicar-se apenas ao combinado nacional.

Agora, porém, será diferente. "Dessa vez eu não posso, já acertei com eles [Pesaro] e não posso descumprir", diz o técnico.

A negociação com o clube italiano não foi em vão. Impedido pela CBV de comandar qualquer equipe feminina no Brasil, o treinador rumou para o vôlei europeu em 2006 em busca de conhecimento em relação às equipes e jogadoras do Velho Continente.

"Foi extremamente importante minha ida para a Itália", admite. "Lá pude jogar contra todas as atletas, as russas, as sérvias, as italianas, tanto no Campeonato Italiano quanto na Champions League. Foi importante para conhecer o universo feminino".

Há quase uma década trabalhando com o vôlei feminino, Zé Roberto rechaça um retorno ao masculino. "Sou fiel às mulheres", brinca o técnico, campeão olímpico com os homens nos Jogos de Barcelona-1992. "Já voltei uma vez para o masculino [na temporada 2005/2006, comandou a Unisul na Superliga], mas não quero mais".

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