Foco não foi problema para a seleção feminina de vôlei até agora em todo o ciclo olímpico que já dura quatro anos. Essa equipe, já qualificada pelo técnico José Roberto Guimarães como melhor do que a de 2004, provou que concentração não lhe falta. Mas um fator preocupa o treinador quando o assunto é dispersão: os encantos da Vila Olímpica.
"Temos que ficar atentos a todos os detalhes: preparação, horários, postura, foco, concentração, principalmente na Vila Olímpica", alerta Zé Roberto, que já disputou quatro Olimpíadas, sendo uma como jogador (1976), duas como técnico da seleção masculina (1992 e 1996) e outra como comandante do combinado feminino (2004). "Quem estiver mais focado lá dentro levará vantagem na disputa por medalha".
Mais do que as diversões proporcionadas pelo reduto dos atletas durante os Jogos Olímpicos, o que mais preocupa o treinador é a condição de tietes que as brasileiras poderiam assumir diante de ídolos do esporte.
"A Vila é uma cidade de 11 mil habitantes, com os melhores atletas do mundo. Você almoça e janta com todos. Imagina em Pequim, cruzar com o Roger Federer, com o Michael Phelps. Tem que cuidar do foco. Tem gente que vai pra competir, e tem gente que vai pra passear", salienta, lembrando de um caso em Barcelona. "Em 1992, o Arnold Schwarzenegger [naquela época ator, hoje governador da Califórnia] entrava na Vila. O Michael Jordan passava ao nosso lado toda hora".
Em relação a possíveis envolvimentos amorosos, Zé Roberto garante que não está preocupado. "Quase todas aqui são casadas ou têm namorados. Se alguma delas fizer alguma coisa eu mesmo que vou brigar", brinca o técnico. Quanto à ponteira Jaqueline, o técnico avisa que não impedirá que ela se encontre com o também ponteiro Murilo, atacante da seleção masculina. "Eles terão algumas folgas, vão poder se encontrar, namorar. Mas nem tem tanto tempo para isso".