A seleção feminina de basquete embarcou na manhã desta quinta-feira rumo à Austrália, onde disputará amistosos e fará a aclimatação antes de viajar a Pequim para as Olimpíadas. O vôo da equipe do técnico Paulo Bassul, no entanto, pára na Argentina para uma longa escala de 11 horas antes do vôo definitivo. Mas a longa e então inútil espera até o segundo embarque foi incorporado ao planejamento pré-olímpico, e a seleção fará um treino intensivo logo que chegar em Buenos Aires.

"Seriam horas à toa na Argentina entre um vôo e outro. Já tenho tudo arranjado lá, as meninas chegam em Buenos Aires e batem bola", diz o técnico Paulo Bassul, que conta com 11 das 13 jogadoras convocadas para os Jogos. Kelly encontrará o elenco já na Austrália quando for liberada pela WNBA e Érika, que também joga nos Estados Unidos, se recupera de lesão, mas é esperada pelo treinador.

Para as jogadoras, a notícia de última hora causou espanto. "Fizemos as malas de madrugada, porque nosso vôo inicialmente era à noite. Com a mudança, iríamos passar horas no aeroporto, mas o Paulinho (Bassul) já resolveu isso, nada de moleza", brincou a armadora Claudinha. "O lado bom é que vai ficar todo mundo bem cansado no avião, e serão longas horas até a Austrália", diz a jogadora.

A "estratégia" para forçar o descanso foi a maneira encontrada por Bassul para amenizar o impacto das horas de vôo. "Se juntar esse bando todo no avião ninguém iria dormir. É importante que elas descansem, usem esse tempo de vôo para o repouso. A adaptação ao fuso já é algo que naturalmente leva um ou dois dias", comentou Bassul.

A pivô Êga concorda. "Estou levando livros, música, computador, tudo para passar o tempo, mas espero sair morta de quadra e apagar ao menos umas horinhas", afirmou a jogadora.

As exceções serão Micaela e Adrianinha, que serão poupadas da "escala-treino" de Bassul. "A Micaela ainda não se recuperou da lesão que sofreu na semana passada, e a Adrianinha se recupera de uma forte gripe. Mas elas não vão ficar no hotel, não, vão é para a quadra ajudar no que precisar", adiantou o treinador.

Para a ala, que já não sente dores na coxa direita, a recuperação deve ser completa antes da estréia do Brasil em Pequim. "Fiz fisioterapia intensa durante esses últimos dias e vou tentar pegar um assento com mais espaço para as pernas no avião", contou Micaela.

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