UOL Olimpíadas 2008 Notícias

11/07/2008 - 16h46

Pivô Érika volta a treinar, mas tempo de recuperação pode tirá-la de Pequim

Bruno Doro
Em São Paulo
A fratura que já custou o Pré-Olímpico de Madri pode deixar a pivô Érika fora também dos Jogos de Pequim. Contundida desde o final de maio, a jogadora da seleção brasileira feminina de basquete entrou nesta semana no final do processo de recuperação, mas ainda tem duas semanas pela frente antes de voltar a jogar.

AP
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O tempo, com isso, vira vilão para a atleta. O técnico da seleção feminina, Paulo Bassul, ainda não anunciou se correrá o risco de levá-la para a China sem ter certeza de sua condição física. Até a semana que vem, ele decide se viaja para a Oceania, onde o time joga dois amistoso contra a Austrália, com dez ou 11 atletas - Kelly, que também está na WNBA, só se apresenta na China, já que a liga norte-americana segura suas atletas até o dia 28.

A pivô lesionada, do Atlanta Dream, da WNBA, tirou a bota que imobilizava a perna direita apenas na última quarta-feira. Nesta sexta, correu rapidamente e pedalou por 25 minutos em uma bicicleta ergométrica pela primeira vez, durante a sessão de treinos de sua equipe em San Antonio - onde o Dream enfrenta nesta noite as Silver Stars. Não sentiu dor.

Mesmo entusiasmada com a volta, ela admite que é impossível adiantar a recuperação. "Eu ainda não estou 100 %. Perdi massa muscular e preciso recuperar força para voltar. Espero jogar no dia 25 (Atlanta x Washington). Quero estar em Pequim, mas dependo do meu corpo", afirmou a atleta, por telefone, ao UOL Esporte.

Érika chegou nesta sexta-feira aos EUA, após avaliação médica na Espanha. Ainda não conversou com o técnico da seleção, Paulo Bassul. Só depois do contato com sua jogadora, ele vai decidir se poderá esperar. "A idéia era sair daqui (do Brasil) com o grupo definido, mas por causa da Érika, isso deve mudar", admite. A seleção viaja no dia 23 para a Austrália.

"Eu quero jogar, sonho com a medalha de ouro e sei que temos condições para isso", diz a pivô. Éika sofreu uma fratura por estresse na perna direita no dia 28 de maio. A previsão inicial era de recuperação de seis semanas. Na ocasião, a jogadora era uma das principais atletas do Atlanta na WNBA e estava entre as líderes da liga nos rebotes - ainda hoje, sua média de 9 por jogo só é inferior a duas atletas.

Peso

Apesar de mais de um mês parada, Érika garante que não se descuidou do preparo físico. "Nesse período, continuei malhando e fazendo exercício aeróbico, em uma espécie de bicicleta que você gira com as mãos. Só preciso mesmo ganhar massa muscular na perna machucada", afirma a atleta.

A preocupação com o condicionamento é boa notícia para Bassul. No ano passado, a jogadora foi cortada do Pré-Olímpico das Américas, no Chile, por estar fora de forma. No Mundial de 2006, em São Paulo, o então comandante Antonio Carlos Barbosa também teve de decidir se esperaria a atleta, contundida. Esperou e Érika disputou a competição, que terminou com as brasileiras em quarto lugar.

Nas Olimpíadas de Pequim, o Brasil enfrenta a Coréia no dia 9 de agosto, um dia depois da abertura dos Jogos. O time de Bassul está no Grupo A, ao lado de Austrália, Rússia, Letônia e Belarus.

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