A paulista Lucimar Teodoro garantiu, neste domingo, participação nos Jogos Olímpicos de Pequim. Campeã da prova dos 400 m com barreira pela nona vez consecutiva, a atleta de Guararapes concluiu seu percurso em 56s18 e voltou a fazer o índice B exigido para a competição na China.

Segundo os critérios seletivos da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), nas modalidades em que nenhum atleta atingir o índice A, estará classificado aquele que conseguir o B e ficar com o título do Troféu Brasil. Assim, Lucimar só perderá a vaga caso alguma outra atleta faça o índice A até o dia 20 de julho, data final da seletiva. Essa possibilidade, porém, é improvável.

Bastante ofegante após a prova, Lucimar comemorou a chance real de ir a uma Olimpíada pela segunda vez (ficou em 12º lugar no revezamento 4 x 400 em Atenas-2004).

"Não tem nem explicação. É a valorização de um grande esforço, porque a gente treina de sol a sol, de chuva a chuva, não tem descanso", salientou a velocista, que não fala em pódio em Pequim, mas não quer fazer feio nos Jogos. "Acho que tenho condição de conseguir um bom resultado. Quero melhorar meu recorde pessoal, que é 55s94".

Campeã absoluta do Troféu Brasil, Lucimar ainda participará de outras duas competições fora do país antes de disputar as Olimpíadas. "Eu ganho há nove anos o Troféu, então aqui sou eu contra eu mesma. As outras meninas são boas, mas lá fora vou poder competir com as mais fortes".

O segundo lugar dos 400 m com barreiras ficou com Luciana França, que cruzou a linha de chegada em 57s51. Gisele de Oliveira Cruz (57s80) completou o pódio. Ambas também atingiram o índice B, mas não vão a Pequim.

'Japonês' é campeão do masculino

A versão masculina do 400 m com barreira também teve festa no Ibirapuera, onde está sendo disputado o Troféu Brasil. Mahau Camargo Suguimati concluiu a prova em 49s15, abaixo do índice A da prova (49s20), e carimbou passaporte para a China.

A comemoração, porém, veio em japonês. Isso porque esse goiano, que compete por um clube do Paraná, mora há 16 anos no Japão e já fala o português com muita dificuldade. Com a vaga olímpica em mãos, ele embarca nesta segunda-feira de volta para Tóquio, onde retomará seus treinos na cidade vizinha de Saitama.

Os planos de Mahau para Pequim não são muito ousados. "Não estou pensando em ganhar o ouro, porque acho que ainda não estou nesse nível", admitiu o atleta. "Mas vou treinar bastante, porque não vou pra brincar".

Até agosto, ele pretende melhorar sua performance na prova. "Até lá, tenho que treinar bastante a barreira, porque estou bem mau. A corrida acho que está boa".

Diego Venâncio (50s12) e Tiago Florêncio Bueno (50s26) completaram o pódio.

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