A confiança dos dirigentes brasileiros para apostar na candidatura do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 está baseada em três pontos: o sucesso do Pan-Americano de 2007, a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014 e a sensação de segurança econômica causada pela elevação do país a grau de investimento, anunciado em abril.
O primeiro corte do Comitê Olímpico Internacional será anunciado nesta quarta-feira, às 12h30 (de Brasília). O Rio de Janeiro concorre com Baku (Azerbaijão), Chicago (EUA), Doha (Qatar), Madri (Espanha), Praga (República Tcheca) e Tóquio (Japão).
Os Jogos Pan-Americanos têm impacto direto não só para analisar a capacidade brasileira de organizar grandes eventos, como na necessidade de se construir instalações para as Olimpíadas. Graças à grandiosidade de algumas obras do Rio 2007, a cidade apresentou o menor orçamento para construção e adequação de instalações esportivas entre as sete candidatas.
Segundo o site especializado
Around the Rings, os cariocas pretendem gastar cerca de R$ 830 milhões em instalações esportivas. Tóquio, por exemplo, anuncia orçamento de R$ 3,4 bilhões na área. Praga, considerada uma das candidaturas mais fracas, anuncia gastos R$ 1,7 bilhões mais altos que os brasileiros.
A Copa do Mundo de 2014, considerada por alguns especialistas como ponto negativo, é tratada como trunfo pelos brasileiros. O maior beneficiado por isso seria o sistema de infra-estrutura, principalmente de transportes, um dos vilões da candidatura carioca para 2012, que naufragou ainda na primeira fase.
O Mundial de futebol vai exigir melhoras significativas no sistema de transporte brasileiro, incluindo melhorias nos aeroportos das principais sedes. O Rio de Janeiro, que abrigará a final, vai receber investimentos pesados nessa área.
Além disso, a elevação do Brasil a grau de investimento é citado pelos dirigentes como uma prova de segurança econômica. Em abril, duas agências de avaliação elevaram a avaliação brasileira. Como grau de investimento, o país entra no grupo de nações consideradas de pouca possibilidade de inadimplência - isso significa que o Brasil passa a ser visto como de baixo risco para aplicações financeiras de estrangeiros.