Em meio à polêmica a respeito de Oscar Pistorius, a velocista Ádria Santos, deficiente visual, reclamou das comparações feitas entre atletas paraolímpicos e olímpicos. Segundo ela, colocar as duas competições lado a lado é prejudicial para ambas.

"É injusto ficar criticando os olímpicos por terem conquistado menos medalhas do que os paraolímpicos, por exemplo. É claro que vamos ganhar mais medalhas. Nas Paraolimpíadas são distribuídas 26 medalhas de ouro só na prova dos 100 m. Nas Olimpíadas, são só duas. A gente tem nossas limitações, não dá para comparar", diz a atleta.

Segundo ela, a presença de Pistorius nas Olimpíadas pode ser prejudicial para os paraolímpicos. Além de considerar que o sul-africano leva vantagem em relação a atletas sem deficiências (clique aqui para ler mais), ela critica o fato dele tirar vagas de outros atletas.

"Ele pode ter o sonho de chegar às Olimpíadas, mas temos de lembrar que nem mesmo tempo ele tem. E, se conseguir os índices, chegará no máximo às semifinais. E ainda vai estar tirando a vaga de outro atleta, sem deficiência, que não poderia competir nas Olimpíadas, como ele. Temos que admitir que Olimpíada e Paraolimpíada são duas coisas diferentes", diz a corredora.

Problema com guia

Nas últimas semanas, a preparação de Ádria sofreu um forte golpe. No dia 3 de maio, seu guia, Luís Rafael Krub sofreu um acidente em uma competição de salto com vara. Além de quebrar o braço, teve de operar um coágulo na cabeça e ainda está em recuperação.

"Fiquei abalada psicologicamente e não treinei por mais de uma semana. Mas já conversei com os médicos e eles disseram que, em pouco tempo, ele poderá voltar a fazer treinamentos leves. Ainda não sei se ele terá condição de competir em Pequim, mas estou otimista", afirma a corredora.

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