UOL Olimpíadas 2008 Notícias

08/04/2008 - 09h02

"Não pode ser cada um por si", diz Alex sobre a seleção

Giancarlo Giampietro
Em São Paulo
O ala-armador Alex, 28, é mais um produto do basquete brasileiro a ter sucesso em clubes internacionais. Ele se firmou no Maccabi Tel Aviv, potência européia, e só fez aumentar a curiosidade do técnico espanhol Moncho Monsalve sobre o motivo que leva a seleção nacional a não apresentar resultados de relevância, apesar do status de seu elenco - ídolos em alguns dos principais times da Europa e da NBA.

AFP
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Aliás, ao falar dos atletas brasileiros e suas boas passagens por equipes estrangeiras, o veterano treinador citou nominalmente Alex e seu desempenho em Israel e questionou se ele poderia render desse modo. Da parte do atleta, sua atuação não deve ser preocupação.

"Temos de tentar combinar o jeito que vamos jogar e ver o que está errado - e não ficar cada um por si", afirma Alex ao UOL Esporte.

Confira abaixo a entrevista em que o jogador comenta a derrocada da seleção no Pré-Olímpico de Las Vegas, no qual foi derrotada pela equipe "B" da Argentina (após polêmica declaração de Marquinhos de que o elenco havia se rebelado contra a comissão técnica), e fala das esperanças de vaga na última repescagem, em Atenas. A última edição dos Jogos com participação brasileira no basquete masculino foi a de Atlanta-1996.

UOL Esporte: O que pode dizer a respeito do novo técnico da seleção, o espanhol Moncho Monsalve?
Alex:
Estava vendo nas entrevistas dele pela Internet - com o pessoal da Espanha, Marcelinho e Oscar. Não o conheço e não dá para criticar sem conhecer o trabalho dele. O mais importante é a classificação.

UOL Esporte: O Pré-Olímpico será em julho, na Grécia. Qual é a palavra de ordem para a equipe?
Alex:
Vamos ter quatro semanas de treinos. Acho que primeiro é conversar, reunir todo mundo na apresentação. O técnico vai chegar, e vamos ver o que ele está planejando. Temos de tentar combinar o jeito que vamos jogar e ver o que está errado - e não ficar cada um por si. Sempre mudamos tudo o que combinamos, jogamos diferente e partimos para a individualidade. A gente fica um pouco desesperado, afoito. Tem de ter paciência, ir de pouquinho em pouquinho.

UOL Esporte: Dos problemas que vocês tiveram em Las Vegas, o que precisa ser evitado neste ano?
Alex:
Problemas a gente não teve. Muita coisa que passou lá era virtual. Criaram picuinhas para ter um clima desfavorável para a seleção. Pecamos porque a gente perdeu.

UOL Esporte: Mas como você recebeu as declarações do Marquinhos?
Alex:
Ele não deveria ter falado coisas que não devia. Chegamos ao momento que queríamos. Sabíamos que era a Argentina na semi. Apesar de tudo, chegamos ao momento que sabíamos que iria existir. Levamos o primeiro tempo com 12 pontos. Mas nos esquecemos de marcar. A gente achou que ia ganhar só no ataque. Se quiser sucesso no Pré-Olímpico Mundial, tem de marcar, defender. Em individualidade todo mundo é bom, mas o coletivo precisa melhorar. A gente precisa marcar.

UOL Esporte: Até que ponto a experiência na Euroliga pode te ajudar no retorno à seleção?
Alex:
São times que sabem jogar coletivamente, todo mundo marca, todo mundo ataca. Se não fizermos assim, vamos ter problema. Experiência não é problema, é todo mundo experiente, já vivenciou muita coisa. Pessoalmente, profissionalmente já estamos bem. A gente tem de se dar bem na seleção também, conseguir alguma coisa importante.

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