Brasil encara maior rival para dar à sua melhor geração a chance de adeus com ouro

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

A geração mais vitoriosa do vôlei brasileiro terá, até domingo, a chance de se despedir com chave de ouro. Giba, Ricardinho, Escadinha, Dante e Rodrigão, remanescentes do ouro de Atenas, há oito anos, podem manter vivo o sonho da terceira medalha olímpica caso a equipe treinada por Bernardinho vença a Itália nesta sexta, às 15h30 (horário de Brasília), pela semifinal dos Jogos Olímpicos de Londres.

Ricardinho e Escadinha têm 36 anos, Giba, 35, e Rodrigão, 33. Ninguém fala oficialmente, mas todos devem deixar a seleção depois dos Jogos Olímpicos. Dante, aos 31, fala em seguir até 2016, mas os constantes problemas físicos ameaçam a promessa.

“Eu não sei o que vai acontecer, mas vamos dar o máximo para dar a esses jogadores a chance de um bom encerramento”, disse Bernardinho sobre seus veteranos, ainda durante a preparação no Brasil.

A reverência não é por acaso. Eles fazem parte, ao lado de nomes como Gustavo, André Nascimento e outros, da geração que ganhou oito Ligas Mundiais (o título de 1993 foi conquistado por um grupo mais velho, que tinha Tande, Maurício e Giovane), três Mundiais e duas medalhas olímpicas. Hoje em dia, no entanto, eles veem do banco o time ser comandado por Bruninho, Murilo, Lucão e Sidão.

O quarteto, base da seleção atualmente, terá pela frente os grandes rivais históricos do Brasil no vôlei. A Itália, assim como a equipe verde-amarela, também está prestes a aposentar uma geração talentosa, mas que, ao contrário de Giba e companhia, nunca subiu no alto do pódio olímpico.

A vez em que mais se aproximaram foi em 2004, justamente no ápice do Brasil, quando perderam a final olímpica por 3 a 1. Oito anos depois, a Itália ainda assusta, até por ter eliminado os favoritos norte-americanos nas quartas de final.

Só que os dois times com a média de idade mais alta das Olimpíadas mudaram seus estilos de jogo. O Brasil já não conta mais com tantas bolas rápidas como nos tempos de Ricardinho, e a Itália agora aposta mais do que nunca no saque, grande temor de Bernardinho.

“A Itália depende muito desse fundamento. Se o saque entra, eles conseguem fazer o jogo que querem. Nós vimos algumas partidas deles até agora, e eles estão tendo muita dificuldade na recepção”, disse Murilo, apontando o caminho para a sonhada final olímpica, que teria o rival decidido no confronto entre Bulgária e Rússia, pela outra semifinal. 

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