Bolt vence os 200 m e se torna o único bicampeão olímpico nas provas mais velozes do atletismo

Do UOL, em São Paulo

  • AP Photo/Anja Niedringhaus

    Bolt beija o chão do Estádio Olímpico de Londres ao conquistar o bicampeonato olímpico dos 200 m

    Bolt beija o chão do Estádio Olímpico de Londres ao conquistar o bicampeonato olímpico dos 200 m

"Jamais vou dizer que sou o maior até ter vencido os 200!. Nesta quinta-feira, Usain Bolt, pode bater no peito e falar com todas as letras que é, aos 25 anos, o maior. Para isso, ele cumpriu sua profecia e conquistou a vitória nos 200 m em Londres, repetindo o feito de Pequim e se tornando o único bicampeão olímpico nas duas provas mais velozes do atletismo. Além disso, se transformou no único a vencer a distância em duas edições dos Jogos.

Dessa vez, não teve recorde mundial, mas Bolt dominou mais uma vez a prova. Na curva, já apareceu muito à frente dos rivais. Yohan Blake, seu pupilo, o garoto de 22 anos que chegou a Londres como grande adversário do campeão, chegou a ensaiar uma recuperação, mas não deu. Bolt ainda diminuiu o ritmo no fim para conquistar o ouro histórico com 19s32, seguido por Blake, com 19s44. O pódio foi todo da Jamaica, já que Warren Weir ficou com o bronze, com 19s84.

OS NÚMEROS DE USAIN BOLT

  • AP

    Recordes mundiais:

    100 m rasos - 9s58 em 2009
    200 m rasos - 19s19 em 2009

    Recordes olímpicos:

    100 m rasos - 9s63 em 2012
    200 m rasos - 19s30 em 2008

    Títulos:

    Bicampeão olímpico dos 100 m e 200 m (2008 e 2012), campeão olímpico do 4x100 m em 2008

  • Campeão mundial dos 100 m, 200 m e 4x100 m em 2008

O Estádio Olímpico veio abaixo com a nova vitória de Bolt. Enquanto isso, o jamaicano comandava a festa particular: beijo o chão, fez flexões de braço, polichinelos e gesto de "3" com as mãos, celebrando o trio jamaicano no pódio. Ainda roubou uma máquina de um dos fotógrafos e captou imagens da torcida. Depois, deu a tradicional volta olímpica e, antes de sair da pista, bateu palmas para os torcedores e foi ovacionado, em um dos grandes momentos dos Jogos de Londres.

?Essa é a questão, defender com sucesso meus títulos, porque é o que vai fazer de mim uma lenda", disse o homem mais rápido do planeta, ao conquistar o ouro nos 100 m e igualar o feito de Carl Lewis. Os dois são os únicos na história a vencer a prova mais rápida do atletismo em duas Olimpíadas seguidas. Bolt o fez em Pequim-2008 e Londres-2012. Lewis, em Los Angeles-1984 e Seul-1988.

Em Pequim, o jamaicano avançou para a final dos 200 m, sua prove preferida, com o melhor tempo da semi. Ganhou o ouro com 19s30, registrando o novo recorde olímpico e, até então, melhor marca do mundo. Na China, seus principais rivais eram os norte-americanos. Foram três representantes do país na final e dois no pódio, com prata para Shawn Crawford e bronze para Walter Dix.

Em Londres, o recorde ainda era de Bolt, 19s19, tempo cronometrado no Mundial de Berlim-2009, mas os rivais eram outros. Apenas um velocista dos EUA seguiu na briga por medalhas, Wallace Spearmon, curiosamente, o único do trio que não ganhou medalha na China ? foi desclassificado. O problema, agora, era caseiro: além dele, os jamaicanos Warren Weir e Yohan Blake estavam na final e chegaram ao pódio.

Blake, um garoto de 22 anos e companheiro de treino, era o principal oponente de Bolt. O estreante em Olimpíadas havia conquistado a prata nos 100 m em Londres e chegou aos Jogos com o melhor tempo do ano nos 200 m, 19s80. Além disso, em setembro do ano passado, correu em 19s26, apenas 0s07 acima do recorde mundial de Bolt e o segundo melhor tempo da história.

Talvez por isso, Bolt, até então, havia tirado o pé do acelerador nos 200 m. Nas eliminatórias, venceu sua bateria, mas terminou com o quinto melhor tempo. Nas semis, repetiu a história: vitória em sua série e, de novo, quinta melhor marca. Tudo, claro, foi mais do que pensado: o objetivo era se poupar, estratégia que se mostrou das mais acertadas. Na final, repetiu o desempenho dos 100 m: sobrou.

?Pode dizer que sou o melhor. Acabei de mostrar isso ao mundo?, afirmou, enquanto festejava o título dos 100 m. Com a vitória nos 200 m, não dá para discordar.

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