Brasil atropela Argentina, espanta tabu olímpico e vai à semi no vôlei masculino

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • AFP PHOTO/KIRILL KUDRYAVTSEV

    Jogadores brasileiros comemoram ponto sobre a Argentina na vitória tranquila por 3 sets a 0 em Londres

    Jogadores brasileiros comemoram ponto sobre a Argentina na vitória tranquila por 3 sets a 0 em Londres

O Brasil não tomou conhecimento da vizinha Argentina e venceu com extrema facilidade o duelo desta quarta, pelas quartas de final do torneio olímpico de vôlei masculino. Muito superior ao time rival, o time de Murilo, Bruninho e companhia fez 3 sets a 0 (25-19, 25-17 e 25-20) e encerrou uma sequência ruim contra os rivais na competição, mas terá de lidar com a possível lesão de Leandro Vissotto.

INCIDENTES COM OS OPOSTOS

  • Reuters

    No 1º set, Vissotto subiu para um ataque, mas sentiu dores na virilha direita, despencou em quadra e precisou ser substituído. Chorou muito no banco de reservas e logo iniciou um tratamento com gelo

  • AP

    Substituto de Vissotto, Wallace exagerou no esforço em uma bola. Embora o Brasil vencesse por 5 pontos, tentou fazer uma defesa atrás das placas e ficou com a canela dolorida, mas voltou

O oposto, que vinha sendo titular do time, machucou-se no primeiro set. Depois de um ataque, ele colocou a mão na virilha, saiu de quadra chorando e ficou sentado no canto da quadra aplicando gelo no local, visivelmente abatido. Por enquanto, ainda não se sabe a gravidade do problema e se ele jogará a semifinal da próxima sexta, contra a Itália.

Só que a ausência dele não mudou o histórico da partida desta quarta. O Brasil, dominante no vôlei na última década, vinha de três derrotas incômodas para a Argentina em Olimpíadas. Em 1988, 1996 e 2000, a seleção perdeu diante dos vizinhos, sendo duas delas eliminações bastante doloridas.

"Quando saiu a Argentina no torneio, não vou te dizer que não pensei em uma revanche por Sydney. Deu tudo muito certo, porque lá também foi nas quartas e eu errei a última bola daquela vez", disse Dante, um dos mais jovens do grupo que foi às Olimpíadas há 12 anos. 

O tabu olímpico contrariava o histórico entre os dois times. Antes do jogo desta quarta, haviam sido realizados 34 jogos entre as seleções, com só três derrotas brasileiras, todas elas na competição mais importante do mundo. Desta vez, no entanto, o Brasil não deu chance.

Após um início de confronto equilibrado, em que os argentinos chegaram a liderar momentaneamente o placar, o jogo brasileiro logo encaixou com um bom passe e os comandados de Bernardinho dominaram a partida. Duas sequências de saque, uma com Lucão e outra com Bruninho, deram a vantagem de cinco pontos à seleção, que daí em diante só levaria sustos com as ameaças de lesões.

Wallace, que entrou no lugar de Vissotto, sentiu uma pancada na canela em um lance em que tentou salvar uma bola e acertou uma placa de publicidade. Dante, pareceu sentir o joelho direito em uma disputa de bola na rede, mas voltou à quadra após um tratamento rápido no banco de reservas durante um tempo técnico. Sem perder mais ninguém, a equipe fechou com folga por 25 a 19.

BERNARDINHO ADMITE PREOCUPAÇÃO COM VISSOTTO

  • AP

    O problema sentido por Leandro Vissotto logo no primeiro set da vitória brasileira por 3 a 0 sobre a Argentina nesta quarta-feira em Londres preocupou o jogador e a comissão técnica da seleção verde-amarela. Após a boa partida desta manhã, o técnico Bernardinho mostrou apreensão com o estado de seu oposto titular e admitiu a possibilidade de improvisar um dos ponteiros na saída de rede nas inversões de 5-1.

No segundo set, o mesmo roteiro. A Argentina ameaçou ficar colada no início, mas perdeu a concentração no meio do set e viu o Brasil se distanciar. Murilo, com aproveitamento muito alto no ataque e fazendo pontos até no bloqueio, era o destaque do time que fez 25 a 17 em apenas 24 minutos.

A parcial decisiva, no entanto, acordou os argentinos, que começaram bem como em todos os sets, mas demoraram mais a perder espaço no placar. Até o 15º ponto, os dois times trocaram pancadas, a vantagem não passou de um ponto e o jogo passou pelo seu momento mais equilibrado. Só que a Argentina não conseguia passar à frente, especialmente pelo seu mau desempenho na linha de saque. O time errou nada menos que 11 serviços no duelo.

Depois do 17º ponto, os erros foram cobrados. O Brasil, melhor tecnicamente, deu o bote, abriu três pontos de vantagem e não teve trabalho para fechar em 25 a 20. 

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