Depois de ouvir críticas de Mano Menezes pelo excesso de individualismo, Neymar agora foi exaltado pelo seu jogo coletivo. Na vitória por 3 a 0 sobre a Coreia do Sul, resultado que garantiu a seleção brasileira na final dos Jogos de Londres, o astro santista não balançou as redes, mas participou dos três gols, com direito a uma assistência para Leandro Damião balançar as redes.

“Quando você passa a jogar entre equipes que não oferecem tantos espaços, obriga a se comportar de forma diferente. É o que está acontecendo. Quando parte para um drible bonito, não jogamos e reduz-se a capacidade de passe em 30 ou 40%. Tem de achar o equilíbrio disso, o que o torna um jogador melhor ainda”, comentou Mano, ao ser questionado sobre o lado 'garçom' de Neymar.

O camisa 11 não concordou com a pecha de 'fominha'. “Sempre foi assim. No Santos eu também dou assistências, é normal. Quando dou um passe fico tão feliz quanto quando faça um gol e quero que meu amigo [Damião] seja artilheiro", observou o atleta de 20 anos. Damião soma agora seis gols e assumiu a ponta da lista de goleadores do torneio olímpico.

Já Mano exaltou outras virtudes de Neymar, além do drible. “Não adianta passar o pé em cima da bola por dez segundos e achar que isso o torna um jogador melhor. Ele dribla porque tem capacidade, assim como dá assistência, é um dos maiores goleadores que surgiu no futebol brasileiro nos últimos anos, tem personalidade, não se esconde no jogo. Só vejo virtudes, e ele vai desenvolver melhor”, analisou.

No primeiro gol diante dos asiáticos, Neymar ajudou Sandro a roubar a bola no meio-campo, puxou o contra-ataque e tocou para Oscar. O camisa 10 rolou para Rômulo finalizar rasteiro. No segundo, o santista tabelou com Marcelo pela esquerda e cruzou rasteiro, para Damião estufar a rede. No terceiro, de novo pela esquerda, Neymar puxou para o meio e tocou para Oscar, que tentou devolver; a bola bateu no zagueiro e sobrou para Damião marcar.

Após a derrota por 2 a 0 sobre o México, em maio, durante amistoso nos Estados Unidos, Mano havia repreendido Neymar justamente porque ele foi fominha. “Falei antes e não fui muito bem compreendido em terras nacionais", citou o técnico gaúcho.