Rival de Cielo, norte-americano volta a nadar após tentar suicídio, ser preso e abusar de drogas

Do UOL, em São Paulo

  • Reuters

    Norte-americano Anthony Ervin fechou os braços com tatuagens

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Imagine a cena: um nadador conquista o ouro olímpico nos 50m. No Mundial do ano seguinte, conquista os títulos dos 50m e dos 100m livre. Foi exatamente isso que o brasileiro Cesar Cielo e o norte-americano Anthony Ervin fizeram. O que aconteceu depois diferencia, e muito, os dois nadadores que irão nadar, braçada a braçada, pelo ouro olímpico da prova mais rápida da natação em Londres-2012.

OS FINALISTAS E OS TEMPOS DA SEMI

Se o brasileiro continuou competindo, treinando e tentando ser o melhor do mundo, o norte-americano desencanou. Parou de nadar em 2002, dois anos depois de dividir o título olímpico dos 50m das Olimpíadas de Sydney com Gary Hall Jr. Voltou em 2010. Em oito anos, fez tudo o que, como adolescente, a rotina de treinamentos de cinco horas diárias, seis dias por semana, sem férias, o impediram. Abusou de substancias proibidas, principalmente maconha. Admitiu ter virado alcóolatra. Foi preso.

Finalmente, tentou se matar com tranquilizantes. “Quando acordei, percebi que tinha falhado até mesmo em me matar. Então eu pensei: talvez eu seja indestrutível”, afirmou o nadador para a revista Rolling Stone.

A virada começou quando ele voltou a nadar. Aceitou um emprego em uma escola de natação e as crianças o fizeram reencontrar o prazer de nadar. Novamente, o vício impediu que a volta às competições fosse mais rápida: “O cigarro e a maconha sempre foram minha desgraça. Minha criptonita”. Nesse momento, a religião entrou em cena.

Meio judeu e com ascendência negra, Ervin abraçou o budismo. Aos poucos, fez uma nova adaptação em sua vida. Em 2007, voltou a estudar e, em 2010, foi aceito no programa de natação da universidade – a exigência da técnica, Teri McKeever, foi que ele entrasse no programa de acompanhamento da Agência Antidoping dos EUA. Em 2012, disputou as seletivas norte-americanas. Ficou em segundo, atrás apenas de Cullen Jones.

Em Londres, até agora ele tem mostrado que os 12 anos longe das Olimpíadas não estão pesando. Apesar dos 32 anos, passou em terceiro lugar para a final dos 50m livre, atrás apenas de Jones e de Cielo.

* Com informações da revista Rolling Stone e do jornal Guardian

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