Uma é estudiosa, a outra, descolada; conheça Ruta e Missy, as adolescentes campeãs olímpicas de natação

Do UOL, em São Paulo

Uma mora na Inglaterra e estuda em um colégio tradicional. A outra poderia ter nacionalidade canadense, mas preferiu os EUA, calça 46 é chamada pelo pai de "Pé de pato". Ambas são campeãs olímpicas. Uma é a lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos, vencedora dos 100 m peito em Londres. A outra é Missy Franklin, de 17 anos, ouro nos 100 m costas.

Ao lado do pai, Ruta se mudou para o Reino Unido há três anos, com o objetivo de estudar e treinar no Plymouth College, escola com 135 anos de história. Chegou como uma especialista em nado livre, mas os treinos mostraram que ela poderia competir no peito.

"Missy, the Missile" ("Missy, o Míssil") começou a nadar aos 6 meses de idade e nunca mais parou. Filha de canadenses, poderia competir pelo país, o qual tem cidadania, mas adotou os EUA, onde vive desde criança, como pátria. "Eu não poderia fazer isso. Tenho uma grande ligação com os EUA", disse, ao "The New York Times", em 2010.

Ruta é apontada como uma menina centrada, que tem o foco total nos treinamentos. Quando o assunto é estudar, ela, que tem Tom Daley, prodígio britânico dos saltos ornamentais. como amigo de colégio, também só recebe elogios. "Ela não é fantástica só como atleta, ela também é uma grande aluna", afirmou Sarah Dunn, assistente técnica de Plymouth, à "BBC".

A norte-americana é filha de um ex-jogador de futebol canadense (modalidade semelhante ao futebol americano), que treina no Colorado Stars. Nas horas vagas, adora dançar e curtir o tempo com os amigos. Talvez por isso, ela continua como atleta amadora. Sem prêmios em dinheiro ou de patrocinadores, ela segue competindo pela Regis Jesuit High School até se formar, em 2013.

Ao ganhar os 100 m peito e se tornar a mais jovem campeã da natação em Londres, a lituana não sabia o que falar. "Não acredito. É demais para mim", afirmou. O técnico Jon Rudd acreditava em um bom resultado; talvez não nessa proporção. "Honestamente, não sabíamos o que ela poderia fazer. Ela tem talento e treina muito. Quando você une essas duas coisas, você cria um grande atleta."

O sentimento de Missy foi semelhante. "Não posso traduzir em palavras, é absolutamente indescritível. Não parece real, parece um sonho. Preciso que alguém me belisque para que eu acredite", disse.

Ruta e Missy poderiam ser amigas de escola. Quem sabe, formariam uma bela dupla: a estudiosa e a descolada. Em comum, o talento precoce, que culminou com medalhas olímpicas de ouro, e as lágrimas de alegria, numa explosão de emoção adolescente com feito de gente grande. É só o começo de histórias de sucesso, já que elas voltarão a cair na água em Londres. E no Rio-2016, e em 2020...

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