Phelps adota discurso humilde, fala em trabalho duro e credita recorde a companheiros

José Ricardo Leite

Do UOL, em Londres (ING)

Agora com status inquestionável de maior atleta olímpico de todos os tempos, o norte-americano Michael Phelps adotou discurso humilde após a 19ª medalha e consequente histórico recorde em Jogos.

O nadador creditou a sua marca aos companheiros de revezamento que lhe  ajudaram a chegar até o número.  Hoje, ele conseguiu a medalha que lhe deu recorde graças ao ouro no revezamento 4 x 200 m livre.

“Foi uma bela prova. Sou um trabalhador. Isso é trabalho duro. Conversamos no hotel, eu creio que todos esses caras são responsáveis por esse momento. Eles deram isso pra mim. Só foi possível chegar a esse momento com eles”, falou o nadador.

 

Com os dois pódios desta terça-feira, a prata nos 200 m borboleta e o ouro no revezamento 4x200 m livre, Phelps  mandou a ginasta soviética Larisa Latynina para a segunda posição no quadro histórico de medalhas, com 18 pódios.

Antes, Phelps já tinha superado outros recordes. Os oito ouros de Pequim-2008 foram sobre-humanos. Com eles, bateu os sete de Mark Spitz, até então a maior performance individual de um atleta em uma mesma Olimpíada. Somando os seis títulos olímpicos que já possuía, dos Jogos de Atenas-2004, com os de Pequim-2008 e o de Londres-2012, ele é o atleta mais dourado da história, com 15 ouros.

O mais incrível é que todos esses feitos são coroados com as performances mais humanas que Phelps já mostrou em Olimpíadas. Os 200 m borboleta, prova em que estava invicto desde 2001, desta terça foram o maior exemplo. Ele liderou por mais de 100 m, mas foi perdendo rendimento. Enquanto a torcida ia ao delírio, o sul-africano Chad le Clos se aproximava. Os últimos metros foram lado a lado.

Na batida, por 0s05, o nadador sul-africano conquistou o ouro. Para os que se lembram, a chegada foi a resposta dos cronômetros aos 100 m borboleta de 2008, em que ele e o sérvio Milorad Cavic bateram praticamente ao mesmo tempo e o norte-americano levou porque encostou na placa com mais força.

Nos 400m medley foi a mesma coisa. Após duas medalhas de ouro consecutivas, em Atenas-2004 e Pequim-2008, em Londres-2012 três nadadores o venceram - um deles, o brasileiro Thiago Pereira. Foi a primeira vez que o nadador disputou uma final olímpica e não subiu ao pódio desde 2000. E, em Sydney, ele era um adolescente de apenas 15 anos ainda assustado com a magnitude dos jogos.

Sua única medalha, até esta terça-feira, tinha sido no revezamento 4x100m livre. E de prata, em mais uma ironia do destino em relação a 2008. Ryan Lochte fechou a prova para os EUA, entrou em vantagem, mas acabou ultrapassado pelo francês Yannick Agnel. A cena foi igualzinha à de Pequim na mesma prova, só ao contrário: na China, foram os EUA que entraram na piscina atrás e viraram sobre os franceses, graças a melhor prova da vida de Jason Lezak.

COMENTARISTA DO UOL FALA SOBRE FEITO HISTÓRICO DE PHELPS

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