Esquecidos no banco, Ganso e Lucas são protagonistas em especulações do mercado
Carlos Padeiro
Do UOL, em Newcastle (Inglaterra)
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AFP PHOTO/ANDREW YATES
Na mira do United, Lucas diz que não conversou com ninguém na viagem a Manchester
Entre os principais nomes da nova geração do futebol brasileiro, Paulo Henrique Ganso e Lucas figuram na reserva durante a Olimpíada e frequentemente são requisitados para tratar de um assunto que pouco tem a ver com a seleção brasileira: as especulações do mercado da bola.
Ganso viajou a Londres sem um acordo com o Santos para a valorização de seu contrato e pode deixar a Vila Belmiro, pois um grupo de investidores quer repassá-lo ao Internacional ou Corinthians. Já Lucas está na mira do Manchester United.
Sempre que ficam em contato com a imprensa, os dois jovens atletas ouvem perguntas sobre o futuro e evitam responder. Estão orientados a não falar sobre o assunto e dizer que o foco está na seleção olímpica.
Lucas passou pela cidade de Manchester, sede do clube que quer contratá-lo, mas afirma que não conversou com ninguém, nem com jornalistas locais. Até brincou sobre o assunto. “Ainda bem, porque eu não sei falar inglês. Estou fazendo aula, mas é difícil entender”, sorriu.
“Se estão conversando no Brasil sobre meu futuro, eu não sei. Deixo isso nas mãos do meu pai e do meu empresário. Quando acabar a Olimpíada vou ver isso e, se for para seguir no São Paulo, ficarei muito feliz”, acrescentou o meia de 19 anos. O agente Wagner Ribeiro é quem trata das negociações, enquanto os pais do atleta também viajaram para a Inglaterra.
Desde o ano passado, Lucas recebe cerca de R$ 120 mil por mês. De acordo com as condições da última renovação contratual, a partir de agosto o meia-atacante passará a ganhar R$ 130 mil. O Manchester fez uma oferta inicial de € 33 milhões (R$ 82,4 milhões). Com a recusa do clube tricolor, houve uma segunda oferta de € 38 milhões (R$ 96 milhões). O São Paulo disse não novamente.
Nesta quarta-feira, às 10h30 (de Brasília) Mano Menezes preservará alguns titulares diante da Nova Zelândia, na última partida da primeira fase. É a oportunidade para Ganso e Lucas atuarem, entretanto o primeiro virou dúvida por conta de dores musculares na coxa.
O meia santista, que perdeu a camisa 10 para Oscar, algumas vezes aparenta estar cabisbaixo. Questionado se o paraense de 22 anos precisa se adaptar ao futebol moderno e ser mais participativo em campo, o treinador o defendeu.
“Acho que o futebol não ficou moderno no último ano, porque o Ganso jogava muito bem um ano, um ano e meio atrás. Neste momento ele não está no mesmo nível de antes. Falta sequência, ele volta, para, não tem jeito, sofre um pouco. O Pato passou por isso e a retomada é mais lenta”, comentou.
Em relação à sua condição física, Ganso comentou: “Não sei dizer em porcentagem, mas estou evoluindo a cada treino. É importante para os outros jogadores entrarem para pegar confiança.”