Brasil pós-Iziane sofre no ataque e na defesa e cai contra a França na estreia da Olimpíada

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (ING)

  • AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY

    Adrianinha exerce a marcação sobre Edwige Lawson-Wade, da França

    Adrianinha exerce a marcação sobre Edwige Lawson-Wade, da França

Excluir uma das jogadoras mais talentosas do grupo, por indisciplina, às vésperas da Olimpíada teve um efeito ruim para a seleção brasileira em Londres-2012. Sem Iziane, em sua estreia nos Jogos o Brasil acabou derrotado pela França por 73 a 58.

Com a ausência da reconhecidamente individualista Iziane no ataque, a seleção de Luiz Cláudio Tarallo até mostrou evolução no jogo coletivo. A defesa forçou erros das francesas e o ataque estava balanceado, com pontos no garrafão e de arremessos de longe. Os elogios, porém, só valem para os primeiros dois quartos.

Na segunda metade do jogo, o time abusou dos erros e não soube sustentar os momentos de liderança no placar. Erros bobos, de passe e arremessos, apareceram no ataque. Na defesa, as jogadoras deixavam rivais soltas para chutes livres do perímetro ou abriam o garrafão para infiltrações. O descontrole tático acabou com o equilíbrio mostrado no início do jogo.

Érika teve alguns bons instantes debaixo do garrafão adversário, Clarissa se destacou especificamente nos rebotes e as experientes Adrianinha e Karla conseguiram, de alguma forma, dividir o papel de liderança que a equipe vinha precisando. Mas todo esse pacote não foi o suficiente.

Assim, logo de cara a situação da seleção fica complicada no grupo B, em razão de um revés para um rival, na teoria, do mesmo patamar técnico. As brasileiras voltam à quadra na Olimpíada na próxima segunda-feira, às 12h45 (de Brasília), quando enfrentam a Rússia.

O jogo

Karla acabou ganhando a vaga na formação principal na mudança promovida por Tarallo com a saída de Iziane, punida por receber o namorado em quarto da concentração do time, e acabou sendo uma das principais anotadoras da equipe na partida. O Brasil começou com Adrianinha, Karla, Chuca, Damiris e Érika, mas o treinador usou bastante Clarissa e Joice durante o jogo e fez a rotação com o restante do banco.

Na defesa, as brasileiras deixaram o perímetro aberto para alguns chutes da linha de três das francesas, mas em compensação conseguiram anular a principal força individual das adversárias, a ala-pivô Sandrine Gruda, que anotou apenas três pontos na primeira metade da partida.

Mas essa pequena vitória não bastou, porque quem acabou sobrando foi a armadora Céline Dumerc, principal destaque do time francês na partida, muito graças a infiltrações bem-sucedidas, com pontos e faltas recebidas.  

O time nacional passou quase todo o primeiro período atrás do marcador, mas conseguiu fechar a parcial em vantagem de 20 a 16, graças a um acerto de defesa nos minutos finais.

Em seguida, a seleção de Tarallo liderou o placar por todo o segundo o período, mas permitiu o empate por 34 a 34 no fim. Neste trecho dos jogos, as brasileiras vacilaram em algumas posses com a posse de 24 segundos estourando na mão.

A França retomou a vantagem magra no placar no terceiro quarto, período em que Damiris foi atingida no nariz pela pivô Isabelle Yacoubou e precisou ser atendida. A parcial acabou com marcador de 52 a 49 a favor das europeias.

A última parcial do jogo viu as brasileiras perderem o controle no ataque, desperdiçando algumas posses de bola. Deste modo, as francesas conseguiram abrir vantagem para administrar a vitória. 

Derrotado na estreia, o Brasil de Tarallo joga em Londres para superar a 11ª colocação dos Jogos de Pequim há quatro anos, no pior desempenho do basquete feminino do país na história da Olimpíada.

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