Um grupo britânico de radicais islâmicos cancelou um protesto planejado para os arredores do Parque Olímpico de Londres, onde é realizado nesta sexta-feira a cerimônia de abertura das Olímpiadas de 2013, pelo medo de serem presos. De acordo com os organizadores, os policiais locais que pediram para que o protesto não fosse realizado.

O grupo, liderado pelos britânicos mais atuantes sobre assuntos sobre o islamismo, tinham a intenção de se reunir nos portões do parque antes da cerimônia de abertura para denunciar aquilo que chamaram de o “inferno” dos Jogos.

A polícia revelou que como seria um protesto e não uma marcha, não era necessário que o grupo tivesse uma autorização oficial, mas o organizador Mizanur Rahman disse que os policiais deixaram claro que a ação não deveria acontecer.

“Nós seriamos presos imediatamente se não aceitássemos”, disse Rahman, que ficou preso por quatro anos por encorajar seus seguidores a matar soldados britânicos e norte-americanos no Afeganistão e no Iraque durante uma ação em Londres em 2006.

O muçulmano fez mais criticas. “Não há nenhum caminho para que os muçulmanos tenho voz sobre suas preocupações”, afirmou Rahman, que tem um site chamado “evilolympics.com”, que mostra a frase “enquanto o mundo joga, muçulmanos estão sendo mortos ao redor do globo”. O organizador ainda afirmou que não poupará esforços para protestar durante os Jogos.

O Leste de Londres, onde fica o Parque Olímpico, é onde mora uma grande comunidade muçulmana, mas também é considerada uma das regiões mais pobres da cidade. Lá residem inúmeros britânicos muçulmanos acusados de envolvimento com os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

Rahman comentou a decisão da Federação Internacional de Judô de vetar o uso do véu islâmico durante as Olimpíadas de Londres e disse que o fato exemplifica porquê os muçulmanos deveriam boicotar os Jogos, que acontecem durante o mês sagrado do Ramadã.

“Eu quero acreditar que este tenha sido um sinal de que eles não deveriam estar nos Jogos”, disse.