Após proibição de véu a judoca, Arábia Saudita ameaça abandonar Jogos Olímpicos

Do UOL, em são Paulo.

O veto da Federação Internacional de Judô ao uso do véu islâmico durante as lutas nas Olimpíadas de Londres não foi bem recebido pela Arábia Saudita. O país, que pela primeira vez terá mulheres em sua delegação, ameaçou se retirar dos Jogos caso a judoca Wujdan Ali Seraj Abdulrahi Shahrkhani não possa usar seu “hijab” para a disputa.

O fato fez o Comitê Olímpico Internacional organizar uma reunião urgente com dirigentes do Comitê Olímpico da Arábia Saudita, a Federação Internacional de Judô e os organizadores das Olimpíadas de Londres para tentar evitar a retirada dos sauditas.

"Nós ouvimos que os sauditas não estão contentes e teremos uma reunião urgente, certamente nos próximos dois dias", disse um porta-voz do COI ao Telegraph Sport. A proibição da Federação foi anunciada nesta quinta e a disputa do judô tem início amanhã. Shahrkhani enfrenta a portorriquenha Melissa Mojica na estreia e sua luta, da categoria acima de 78 kg, acontece na próxima sexta-feira, dia 03.

O presidente do COI, Jacques Rogge, passou meses tentando incluir mulheres sauditas nas Olimpíadas e, para autorizar a participação inédita, o príncipe Nawaf ben Faysal, chefe dos esportes na Arábia Saudita, exigiu que as atletas usem traje islâmico, entre outras condições. A outra atleta saudita em Londres será Sarah Attar, nos 800 m do atletismo.

Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô, disse que a decisão foi tomada “de acordo com os princípios e espírito do judô” e o porta-voz da modalidade, Nicolas Messner, afirmou que o véu poderia ser perigoso porque o esporte envolve estrangulamento e muito contato físico. Entretanto, as federações na Ásia permitem que as mulheres muçulmanas usem o tradicional “hijab” durante as lutas.

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