De musa a campeão do UFC, conheça astros do MMA que tentaram a sorte nas Olimpíadas

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

26/07/201212h00

Arte/UOL

Henderson, Rousey, Couture e Daniel Cormier começaram a carreira longe do MMA

Artes marciais mistas. A sigla do MMA já dá uma ideia de que os “gladiadores do terceiro milênio” são formados em diversas especialidades de lutas. Mas, como todo atleta tem de iniciar sua jornada em uma modalidade, muitos são os exemplos de astros que já brilharam em esportes que formaram suas bases, como judô e luta olímpica (wrestling), por exemplo.

E não são poucos os que já tiveram experiências no maior evento esportivo do mundo, as Olimpíadas. São nomes como a campeã do Strikeforce - e musa do MMA -, Ronda Rousey, oriunda do judô, e até lendas como Randy Couture, que foi formado na luta olímpica mas fracassou e só teve sucesso quando mudou de esporte. Confira estes e outros nomes que tentaram se aventurar nos Jogos:

Musa medalhista: Ronda Rousey foi ao pódio em Pequim

Antes de ser a belíssima lutadora de MMA pela qual passou a ser conhecida mundialmente, Ronda Rousey também atuou como uma discreta judoca. Discreta em termos, afinal, competiu nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, e subiu ao pódio para ficar com a medalha de bronze na categoria até 70 kg. Ela foi campeã no Pan do Rio no mesmo peso, que mostra que ela era “gordinha” comparada a sua atual forma. Hoje, Ronda é estrela do Strikeforce, com cinco vitórias - sendo cinco finalizações, todas por chave de braço - na categoria até 57 kg.

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FRACASSO: Capitão América do UFC foi apenas reserva olímpico

Campeão dos pesados e dos meio-pesados, e um dos maiores astros do UFC. A carreira do norte-americano Randy Couture é uma das mais consagradas no MMA, mas ele teve de ralar até chegar lá. Isso porque seu início no wrestling não rendeu o resultado esperado. Couture disputou vaga em três olímpiadas mas foi reserva em 1988, 1992 e 1996. A tentativa de ser técnico na luta olímpica o levou ao MMA, a partir de 1997, e quatro vitórias seguidas no Ultimate já o levaram ao cinturão dos pesados, deslanchando nas artes marciais mistas.

Lenda desde o Pride, veterano Henderson foi a dois Jogos

Dan Henderson é velho conhecido dos fãs de MMA, por suas grandes atuações desde os tempos de Pride e seu retorno para o UFC, mais recentemente. Oriundo da luta greco-romana, ele participou das Olimpíadas de Barcelona-1992 e Atlanta-1996. Apesar do sucesso no MMA, ele não chegou ao pódio nos Jogos e foi bronze no Pan de 1995. Sua carreira no então "vale-tudo" teve início em 1997 e, mesmo aos 41 anos, Henderson segue firme e forte em busca do cinturão do UFC. Ele terá a chance em setembro, quando encara o campeão dos meio-pesados Jon Jones.

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Daniel Cormier: Na trave, norte-americano foi quarto colocado

Há quatro anos, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, Daniel Cormier estava escalado como capitão da seleção dos EUA de luta olímpica, após um bronze e um ouro em Jogos Pan-Americanos e depois de bater na trave em Atenas-2004, com um quarto lugar. No entanto, o sonho de ser campeão olímpico acabou frustrado devido a um problema no rim. Apesar da longa lista de conquistas nesta modalidade, ele foi mais um lutador a trocar seu esporte original pelo MMA. E com sucesso: estreou em 2009 no Strikeforce e, além de seguir invicto em dez combates, foi campeão no GP dos pesados do evento.

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Cubano Hector Lombard desertou e trocou judô pelo MMA

Quem vê Hector Lombard poderia imaginar que ele se daría bem na luta agarrada como lutador de MMA, afinal, ele nasceu em Cuba e defendeu o país pelo judô nos Jogos de Sydney, em 2000. No entanto, sua mudança de carreira marcou um total recomeço. E ele mudou tanto, que passou a ser um nocauteador, preferindo a luta em pé e chegando ao título do Bellator, em 2009. Apesar da excelente carreira no MMA, no entanto, o ex-judoca estreou com derrota no UFC 149, decepcionando quem esperava que o cubano desafiasse Anderson Silva.

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Bônus - Brasil ficou pelo Pan: Minotouro lutou boxe no Rio-2007

O Brasil não teve grandes astros do MMA nos Jogos Olímpicos, mas o baiano Rogério Minotouro deixou sua marca. Diferentemente dos citados acima, ele fez uma pausa no MMA para competir no boxe - uma de suas artes de origem. Em 2007, ele competiu pelo Brasil no Pan-Americano do Rio de Janeiro, lutando na categoria superpesado, e deixou a disputa com uma medalha no peito, o bronze. A aposta foi apenas momentânea, e Minotouro manteve em paralelo a carreira no MMA, retomando-a em seguida e não se arriscando a uma "corrida olímpica" na nobre arte.