Ministro do Esporte volta a cobrar mais medalhas que o COB, mas evita atrito

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (ING)

  • Lalo de Almeida/ Folhapress

    Ministro do Esporte Aldo Rebelo chega a Londres, onde acompanhará a abertura das Olimpíadas-2012

    Ministro do Esporte Aldo Rebelo chega a Londres, onde acompanhará a abertura das Olimpíadas-2012

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo chegou a Londres na comitiva da presidente Dilma Rousseff repetindo o discurso feito em Brasília, na última terça. Só que, apesar de mais uma vez falar em um número de medalhas superior ao previsto pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o político evitou entrar em atrito com os cartolas do país.

"Não é propriamente uma cobrança, porque ela não deve ser só do governo, mas também da sociedade e da imprensa. Vimos no Brasil uma evolução importante dos recursos investidos desde 2003, e quanto maiores os recursos maiores as cobranças da sociedade", disse Aldo Rebelo.

Desde o início do ano, o COB faz uma projeção modesta de 15 medalhas, sem distinção de cor, o que repetiria o desempenho de Pequim. Para ir à China, o esporte brasileiro recebeu um investimento de cerca de R$ 1 bilhão, menos da metade dos R$ 2,1 bilhões investidos no setor no caminho para Londres.

Na última terça, em um pronunciamento em Brasília, Aldo Rebelo disse que 15 medalhas "é pouco". A pasta trabalha com a ideia de 18 a 23 pódios. Só que os políticos evitam entrar em conflito direto no meio dos Jogos Olímpicos, quando o Rio de Janeiro entrará de vez no foco da mídia mundial por ser a cidade-sede em 2016.

Após a competição em Londres, o Ministério do Esporte promete divulgar um grande plano de gestão do esporte, com direito à presença da presidente Dilma Rousseff. Neste projeto, devem ser detalhas as metas do país para os Jogos do Rio de Janeiro, incluindo projeção do Brasil no quadro de medalhas, número de pódios e investimento a ser realizado.

O projeto servirá para aprimorar o controle da gestão dos recursos públicos. Atualmente, diversas entidades do setor, incluindo o próprio COB e as confederações, recebem verbas do Ministério do Esporte, da Lei Piva, da Lei de Incentivo ao Esporte e de empresas estatais.

Desde o início da gestão de Aldo Rebelo, a pasta tem se aproximado dos cartolas para tentar acompanhar o trabalho dos cartolas mais de perto. Apesar de evitar o conflito aberto, extra-oficialmente o ministério comemora o fato de o COB ao menos estipular metas (o que ele não fazia até então), mesmo que elas sejam consideradas modestas demais. 

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