Terreno do Autódromo de Deodoro pode ter minas e CBA cogita parar Parque Olímpico

Do UOL, no Rio de Janeiro

A novela envolvendo a construção do Parque Olímpico do Rio de Janeiro e a obra do Autódromo de Deodoro está prestes a ganhar um novo capítulo. Militares suspeitam que a área escolhida para a construção de uma nova pista de corridas na capital fluminense não seja 100% segura. Por isso, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) já cogita pedir novamente à Justiça a paralisação da demolição do Autódromo de Jacarepaguá e, por consequência, a suspensão da obra do parque da Rio-2016.

“Estamos preocupados com a situação do terreno. Se percebermos que a área é realmente insegura, entraremos na Justiça para paralisar tudo novamente”, afirmou o diretor Jurídico da CBA, Felipe Zeraik, logo depois de saber que o Exército investiga a segurança de Deodoro.

OBRA CONTESTADA

  • A construção do Parque Olímpico para a Rio-2016 já foi contestada na Justiça pela CBA. Em janeiro, uma liminar impediu a licitação da obra, considerada a mais importante para a Olimpíada do Rio.

O terreno escolhido para abrigar o novo autódromo do Rio é uma área militar que há muito tempo é usada para treinamento. Lá, há quase um mês, uma explosão acabou matando um aluno da Escola de Sargentos de Logística acidentalmente.

O Exército ainda apura as causas do acidente. Por causa da investigação, ele interditou toda a área onde estava planejada a construção do Autódromo de Deodoro e começou uma varredura no local em busca de minas, bombas ou granadas que podem ter sido deixadas ali.

Enquanto essa varredura não acabar, o terreno continuará fechado e suas condições de segurança indefinidas. A interdição, porém, pode atrapalhar os planos de governos para a construção do novo autódromo e até para a construção do Parque Olímpico que será usado na Rio 2016.

Isso porque um acordo entre Prefeitura do Rio de Janeiro, governo do Estado, governo federal e CBA prevê que a construção do novo autódromo ocorra simultaneamente à desativação do Autódromo de Jacarepaguá. Como o Parque Olímpico ficará no local do atual autódromo da cidade, a CBA exige que um outro seja construído enquanto a obra da Olimpíada está em curso para que o calendário do automobilismo não seja prejudicado.

As suspeitas sobre terreno do novo autódromo, entretanto, põem o cumprimento desse acordo em risco, segundo a CBA. Portanto, a confederação analisa a possibilidade de entrar na Justiça para que o Autódromo de Jacarepaguá não seja desativado.

Procurada pelo UOL, a Empresa Municipal Olímpica informou que a construção do Autódromo de Deodoro é de responsabilidade do governo estadual e federal. Portanto, ela não iria se pronunciar sobre o assunto.

O governo do Rio de Janeiro informou em nota que “nada será feito no local sem que haja plenas condições de segurança”. Complementou dizendo que a licitação para o projeto do novo autódromo será aberta em breve e, aí sim, prazos para construção serão definidos.

Já o Ministério do Esporte informou que o terreno não é minado. O órgão confirmou, porém, que o Exército está fazendo uma varredura no local.

Ainda segundo o ministério, todas as exigências para a construção do autódromo serão cumpridas por ele e pelo governo do Rio de Janeiro, que executará a obra.

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