Ex-membro de gangue, americano celebra vaga seis anos após ter sido esfaqueado

Do UOL, em São Paulo

Ryan Bailey será um dos representantes da equipe norte-americana de atletismo, uma das mais fortes do mundo, na disputa dos 100 m rasos em Londres. Ele mesmo, no entanto, diz não acreditar que chegou tão grande, depois de ter sofrido com uma infância pobre e ter até participado de uma gangue quando adolescente.

“Parece inacreditável estar aqui. Eu paro e penso: ‘eu poderia estar como alguns dos meus amigos, na cadeia ou morto’. Eu poderia estar lá com eles, mas não estou”, disse Ryan Bailey ao Daily Mail. Ele ganhou vaga na equipe após terminar em terceiro na seletiva norte-americana.

Bailey tem 23 anos e nasceu e cresceu em Portland, tradicional centro do atletismo norte-americano. Ele chegou a viver em um carro com sua mãe, quando a família não tinha um teto para morar. Como ela tinha uma artrite degenerativa, ele teve de tentar sustentá-la desde cedo.

O hoje atleta olímpico não tardou a cair na marginalidade, entrou em uma gangue local e passou a se envolver em confusões maiores. A principal delas aconteceu em 2006, quando ele foi esfaqueado três vezes em uma briga com rivais e foi parar no hospital.

Por sorte, os golpes não atingiram nenhum órgão vital e ele conseguiu se recuperar a tempo de voltar ao futebol americano, sua paixão inicial. A transição para o atletismo aconteceu por influência do técnico John Parks, que via nele um possível decatleta e o provocou a tentar quebrar os recordes estabelecidos.

Bailey aceitou o desafio, mas demorou para encontrar sua modalidade dentro do esporte. Do alto de seus 1,93 m, ele se achava muito alto para as provas de velocidade, normalmente destinada aos baixinhos. Usain Bolt, fenômeno da distância, mudou sua visão sobre o assunto, já que ganhou tudo que pôde com 1,96 m de altura.  

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