Após "lavar roupa suja", revezamento feminino acaba com fofoca e promete medalha
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
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AP Photo/Silvia Izquierdo
Rosângela e Ana Claudia juntas no Pan de 2011, quando venceram com o recorde sul-americano
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Bonitas e donas de resultados relevantes, Rosângela Santos e Ana Cláudia Lemos se acostumaram a brigar por espaço, dentro e fora das pistas de atletismo. Rivais em um passado recente, hoje as duas sonham juntas com uma medalha olímpica. Após uma “lavagem de roupa suja” no ano passado, elas dizem que a “fofoca” acabou, pregam união e respeito e prometem subir ao pódio no revezamento 4x100 m feminino.
O desentendimento nunca foi mistério. No ano passado, quando ganharam juntas o ouro no revezamento 4x100 m, elas já admitiam o atrito mesmo no momento de glória. O ápice dessa desavença aconteceu no Mundial de atletismo de 2011, quando elas quase não entraram na pista para a final.
“A gente sentou e colocou os pingos nos is, resolvemos os nossos desentendimentos, que muitas vezes eram fofocas. É difícil trabalhar com mulher, por isso que às vezes eu sou meio macho. O que todo mundo quer é dinheiro, ter uma estabilidade financeira, comprar sua casa. E para isso precisa da medalha. Então precisa se entender”, disse Rosângela.
“Tivemos problemas como em qualquer relacionamento. Foi um momento ruim, mas acabamos resolvendo por lá e ainda ganhamos o Pan depois. Agora a gente respeita muito mais o momento da outra”, minimizou Ana Cláudia Lemos.
Ao lado de Evelyn dos Santos, Vanda Gomes, as duas têm, na prática, o quarto melhor tempo do ano. Estados Unidos, Jamaica e Ucrânia, que dominaram o Mundial do ano passado, são os grandes favoritos. Um vacilo de um deles, no entanto, pode colocar o Brasil, que disputa como quarta força ao lado da França, no pódio.
“A Jamaica, por exemplo, não tem essa união. Elas são ótimas individualmente, mas não se falam nem para dar boa sorte antes das provas. Eu tenho de confiar que a minha parceira vai passar o bastão para mim independentemente da velocidade em que eu estiver”, explica Rosângela, lembrando as quedas nas passagens são comuns na prova.