Odebrecht e Andrade Gutierrez levam licitação do Parque Olímpico; obra vai custar R$ 1,375 bi

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Divulgação

    A licitação do Parque Olímpico, contestada na Justiça, foi concluída nesta segunda-feira

    A licitação do Parque Olímpico, contestada na Justiça, foi concluída nesta segunda-feira

A Prefeitura do Rio de Janeiro conseguiu, enfim, concluir a licitação do Parque Olímpico para os Jogos de 2016. A licitação, que havia sido barrada pela Justiça em janeiro, foi finalizada nesta segunda-feira. Quem fará a obra é um consórcio formado por Obebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken.

O consórcio foi o único que apresentou propostas para construir a principal estrutura esportiva para a Olimpíada de 2016. O Parque Olímpico do Rio vai custar R$ 1,375 bilhão --R$ 25 milhões a menos do que o previsto.

A prefeitura desembolsará R$ 525 milhões com a obra em regime de Parceria Público Privada (PPP). O restante do valor será pago com o repasse da posse do terreno do Autódromo de Jacarepaguá, avaliado em R$ 850 milhões.

OBRA CONTESTADA

  • A construção do Parque Olímpico para a Rio-2016 já foi contestada na Justiça outras vezes. Em janeiro, uma liminar impediu a licitação da obra, considerada a mais importante para a Olimpíada.

A licitação do parque estava ameaçada por ações judiciais da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Há dois meses, elas conseguiram decisões liminares que obrigaram a prefeitura a remarcar a abertura dos envelopes das propostas para esta segunda.

A CBA quer a garantia de que a obra no Parque Olímpico, no Autódromo de Jacarepaguá, só será iniciada quando um outro circuito estiver disponível para a prática do automobilismo no Rio. Já a Defensoria Pública quer garantir que moradores de uma vila ao lado do autódromo não percam suas casas por causa da obra.

A remoção da comunidade de Vila Autódromo do local virou um problema e ganhou as manchetes do jornal norte-americano The New York Times nesta segunda-feira. A resistência dos moradores, de acordo com a publicação, seria um exemplo das muitas favelas do Rio de Janeiro que estão sendo removidas para obras de Copa do Mundo e Olimpíadas. 

No fim da semana, a CBA chegou a pedir de novo o adiamento da licitação, pois disse que não tinha garantia da prefeitura de que o novo autódromo estaria funcionando antes do início da obra.

A Justiça, no entanto, resolveu manter a licitação, mas ressaltou que a demolição do circuito só pode começar quando o outro autódromo, que ficará em Deodoro, estiver pronto.

O diretor jurídico da CBA, Felipe Zeraik, esteve na sessão de abertura de propostas na prefeitura. Lá, disse que a CBA não quer proibir a obra para a Olimpíada, mas não pode deixar o automobilismo carioca ser prejudicado. "Seis meses sem corridas no Rio poderiam acabar com o esporte", afirmou ele.

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