Ian Thorpe não vem impressionando desde sua volta, após uma parada de cinco anos na carreira.

 

Mas, segundo o técnico autraliano Leigh Nugent, o último revés do pentacampeão olímpico não foi tão ruim como pareceu. O técnico do "Torpedo", apelido que o nadador ganhou quando dominava o circuito mundial, disse que na última prova de 100 metros disputada por Thorpe, em Zurique, na semana passada, ele não nadou por um tempo competitivo.

 

Thorpe cravou uma marca de 52s28, um tempo muito abaixo do esperado para quem está tentando se classificar para a Olimpíada de Londres, considerando que as seletivas australianas exigem um índice mínimo de 50s53. O qualificatório começa em 15 de março e termina uma semana depois.

 

Leigh Nugent disse que Thorpe não se incomodou com sua prova ruim, após reunião com o gerente científico de desempenho da equipe de nado australiana, Bernard Savage. "Savage estava lá e ele teve a impressão de que Ian realmente não queria nadar. Nos 100 metros seus óculos caíram, e isso o abalou psicologicamente", disse Nugent.

 

Já na prova dos 400 metros, Thorpe nadou em 3min59s48, e o tempo mínimo exigido nas seletivas é de 3min54s13.

 

"Nos 400 m ele não nadou por desempenho, foi mais uma corrida de passeio, e ele se sentiu muito bem em relação a isso", falou Nugent. "Quando não estamos pensando em estratégias, geralmente lemos de forma errada os resultados", prosseguiu o australiano. "Bernard me disse que ele estava em excelente forma física e psicológica e que parecia nadar muito bem", finalizou o técnico.

 

Ian Thorpe, 11 medalhas de ouro em Mundiais, vem tendo dificuldade em se firmar após seu retorno às piscinas. Nugent acredita que o nadador de 29 anos tem melhores chances de se classificar na prova de 200 metros, em que ele manteve o recorde mundial por seis anos a partir de 2001.Mas ele avisa que será difícil devido ao nível atual de competição na Austrália.

 

"Ian tem sido um atleta fenomenal, provavelmente não importa o que eu penso", disse Nugent defendendo Thorpe. "O cara tem a capacidade de fazer o inesperado, eu não o descartaria de nada. As probabilidades são pequenas, mas quem sabe?"