Mayra sai de prodígio em 2007 a estrela do judô aos 20 anos, mas ignora favoritismo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

Mayra Aguiar chamou a atenção do mundo esportivo do Brasil em 2007, quando conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro aos 16 anos.

Com 20 anos (completará 21 durante a Olimpíada deste ano), Mayra deu um salto na carreira, assumiu a primeira colocação do ranking mundial e é favorita para o ouro em Londres. Ela dispensa, no entanto, cuidados psicológicos e se diz pronta para lidar com a pressão.

A notícia de que Mayra é a melhor do mundo na categoria até 78 kg saiu na última quarta-feira. Ela passou a liderar o ranking mundial após ter vencido o Grand Slam de Paris, no último fim de semana. Mayra comemorou, mas não vê grandes vantagens pelo status.

“Foi uma emoção muito grande, mas isso não tem que entrar como pressão. É continuar fazendo o que está fazendo. Não tem que se preocupar muito com isso [favoritismo]. Ser número um não dá muita vantagem além de ser cabeça de chave. Tem muita gente com chance de medalha na Olimpíada”, disse Mayra ao UOL Esporte.

O histórico de alguns de seus colegas mais próximos poderia preocupar, mas não tira o sono nem do técnico da gaúcha. Antônio Carlos Pereira, o Kiko, comanda a equipe da Sogipa (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre) e treinava, entre outros, Tiago Camilo e João Derly até 2008.

A dupla vinha de títulos mundiais (dois seguidos, no caso de Derly) e chegou a Pequim cercada de expectativa. Camilo ainda conquistou o bronze, mas Derly foi eliminado precocemente, sofrendo com lesões.

Mayra Aguiar
Mayra Aguiar

“A gente fica feliz pelo ranking dela, mas não muda em nada a linha do trabalho. Pelo contrário. Tem de ficar preocupado com as armadilhas da vaidade. Essa conquista dela não pode atrapalhar o ciclo”, disse Kiko.

Um dos dramas de Mayra pode ter sido superado no último fim de semana. A norte-americana Kayla Harrison derrotou a gaúcha no Mundial e no Pan do ano passado. Em Paris, a brasileira levou a melhor e espantou um fantasma pessoal.

“É sempre uma luta dura com ela. Já lutamos várias vezes desde o juvenil. Ela me estuda bastante, mata muito meu jogo. É sempre um gostinho bom [ganhar dela]”, disse Mayra. 

Além da Sogipa, a CBJ também participa da preparação de Mayra. A tendência é que até Pequim ela atue em competições específicas para manter o ritmo, mas mantendo o foco nos treinamento, que incluem períodos no exterior.

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