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Após evento criticado, maratona aquática deve mudar pouco para a Rio-2016

Tasso Marcelo/AFP Photo
Keri Anne Payne (16) e Ana Marcela Cunha (2) disputam evento-teste da maratona aquática para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro imagem: Tasso Marcelo/AFP Photo

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Realizado no último fim de semana, o evento-teste da maratona aquática para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, foi cheio de percalços. Do percurso à estrutura montada na praia de Copacabana, praticamente todos os elementos foram criticados em diferentes medidas por atletas e técnicos. Eles só não podem esperar que essa grita contra o formato gere alterações significativas para o próximo ano. A despeito das reclamações, há diferentes motivos para que praticamente todos os pontos questionados sejam repetidos.

É o caso do percurso, por exemplo. Atletas reclamaram do trajeto confuso, composto por uma volta de 2,2km e três de 2,6km. Normalmente, os 10km da maratona aquática são divididos em quatro ou cinco giros iguais.

O trajeto foi apresentado aos atletas apenas no evento-teste, mas ainda não foi homologado como o oficial dos Jogos Olímpicos. O comitê organizador da Rio-2016 fala oficialmente em “ouvir todos os lados” antes de confirmar que o percurso será reeditado no próximo ano. No entanto, a chance de qualquer alteração é remota.

O primeiro motivo para isso é que o trajeto usado no evento-teste foi montado pelo próprio comitê Rio-2016 depois de estudos de área e possibilidades. Além disso, existe uma questão de preparação das equipes: ao menos quatro delegações usaram GPS para desenhar o percurso no último fim de semana e orientar os treinos de seus atletas nos próximos meses.

Uma mudança no formato da prova, portanto, tornaria inútil o esforço de delegações como Brasil, França e Holanda. Portanto, ainda que os atletas não considerem que esse desenho seja o ideal, é improvável que uma discussão sobre mudanças tenha um apoio representativo.

“A homologação do campo de jogo é parte consistente do teste. A gente faz uma avaliação ostensiva para saber se está no caminho certo. A gente tem vários indícios de que o caminho é esse, mas a ideia é ouvir antes de ter certeza”, confirmou Gustavo Nascimento, diretor de estruturas esportivas do comitê Rio-2016.

Outro aspecto que gerou reclamação de atletas foi o deslocamento entre a areia e a balsa em que foi feita a largada. Eles tiveram de nadar da praia até a plataforma, uma distância que oscilou entre 80 metros (no sábado) e 200 metros (no domingo).

O posicionamento da plataforma foi alterado de um dia para outro por causa da condição do mar, que estava mais agitado no sábado (22). A organização optou por diminuir a distância até a balsa para ter uma faixa maior de contato visual com os atletas, e o transporte usando jet-skis ou botes também foi vetado por causa das águas revoltas.

Para 2016, a ideia do comitê Rio-2016 é repetir todos os critérios do evento-teste. A distância entre areia e plataforma e o formato do deslocamento dos atletas de um ponto a outro dependerão do quanto o mar estiver agitado.

Essa lógica também vale para as raias. Ana Marcela Cunha desviou sua rota no domingo (23), bateu a cabeça na faixa que limita o percurso e chegou a ficar em pé antes de retomar o movimento.

A nadadora assumiu o erro e contemporizou, mas seu estafe disse que o incidente teria sido minimizado se a raia não fosse frouxa. O problema é que a adoção de um artefato rígido é vista pelo comitê Rio-2016 como uma condição necessária para a possibilidade de o mar estar agitado.

A maratona aquática de 2016 será a primeira da história olímpica disputada em mar aberto. A prova foi incluída no programa em 2008, e desde então foi disputada numa raia de remo (Pequim-2008) e num lago (Londres-2012).

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