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Brasil ganha apenas uma medalha em teste da vela, mas fica perto de meta

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A despeito de ser a segunda modalidade que mais medalhas rendeu ao país na história dos Jogos Olímpicos - 17, duas a menos do que o judô -, a vela brasileira amealhou apenas um pódio no evento-teste da Rio-2016 (ouro de Martine Grael e Kahena Kunze na classe 49erFX). Ainda assim, os atletas locais ficaram perto da meta que havia sido traçada para eles.

“Acho que o desempenho da equipe foi dentro das previsões nossas. Nós mantivemos um nível semelhante ao do ano passado, com apenas uma medalha de ouro, mas se a gente for verificar o restante das equipes, essa medalha de ouro é um resultado representativo. Apenas um país repetiu o ouro entre os dez em disputa”, justificou Torben Grael, 55, diretor-técnico da CBVela (Confederação Brasileira de Vela).

O evento-teste da vela para 2016 teve as dez classes olímpicas – portanto, foram 30 medalhas em disputa. O pódio foi frequentado por 20 países diferentes, e apenas a França amealhou mais de um ouro.

O cenário da modalidade é um dos motivos para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e a CBVela não terem uma meta alta para a vela nos Jogos Olímpicos de 2016. Mais do que medalhas, a expectativa das duas entidades está baseada em disputa de provas finais. A ideia é que o Brasil classifique pelo menos seis ou sete barcos para a medal race, e cinco obtiveram pontuação suficiente para isso no evento-teste.

Entre os brasileiros que não obtiveram medalhas no evento-teste, Robert Scheidt, 42, foi o que mais se aproximou disso. O velejador foi o quarto colocado da classe Laser com 74 pontos perdidos, dois a mais do que o australiano Tom Burton (terceiro) e a dez do italiano Francesco Marrai (primeiro).

A classificação de Scheidt ainda precisa ser relativizada: o brasileiro, que normalmente é um atleta regular, lidou com a recuperação de cirurgias nos joelhos e com problemas pessoais durante o evento-teste. Ele teve pelo menos três resultados muito inferiores a seu padrão.

“Robert é um velejador com larga experiência em Jogos Olímpicos. Ele costuma ir muito bem sob pressão, e na hora do vamos ver a performance dele vai crescer. Alguns outros eu não sei se vão segurar”, opinou Torben.

O equilíbrio do esporte, contudo, não é a única explicação para COB e CBVela estarem satisfeitos com o resultado do evento-teste. Também existe o componente Baía de Guanabara, um circuito complicado e cheio de fatores que podem influenciar no desempenho.

O Brasil ganhou apenas uma medalha na vela nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 – bronze de Robert Scheidt e Bruno Prada na classe Star.

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