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Medalhista olímpica tem missão árdua. Fazer Brasil chegar ao top 10 no Rio

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Está nas mãos de uma medalhista olímpica e lenda do vôlei de praia mundial a responsabilidade de levar o Brasil ao top 10 do quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 em número total de metais. Na ousada meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), Adriana Behar tem papel para lá de fundamental.

A “eterna” parceira de Shelda é quem monitora de perto o trabalho desenvolvido pelas 30 confederações nacionais, aprova os projetos esportivos financiados pela Lei Agnelo/Piva e faz a cobrança por resultados. Há três anos, ela ocupa o cargo de gerente geral de Planejamento Esportivo do COB. Comanda uma equipe de dez pessoas, sendo seis gestores que atuam diretamente com as entidades.

“Tenho de garantir que a estrutura da modalidade fique cada vez melhor e a confederação siga seu desenvolvimento. Trabalhamos com metas quantitativas e qualitativas para que o resultado seja alcançado em 2016. Mas é aquilo, o meu trabalho e da minha equipe vai até o juiz apitar o início da competição. Depois, só resta torcer. Mas até este apito, há muita coisa a ser feita”, afirmou Behar, de 46 anos, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“A evolução das confederações está acontecendo e os acompanhamentos periódicos e a comparação com números de conquistas de outros mostram que estamos no caminho certo (para ser top 10). Mas existem muitas variáveis quando começa a competição. E também não podemos nos esquecer que os outros países também estão se preparando”, salientou a dirigente.

Em Londres-2012, o Brasil acabou na 16ª colocação levando em conta o número total de medalhas. Foram 17, sendo três de ouro, cinco de prata e nove de bronzes.

A 518 dias da cerimônia de abertura da Olimpíada, Behar sabe que todo e qualquer minuto é precioso para que o objetivo seja alcançado. Por isso mesmo, quer ter o controle do tempo. Em sua sala na sede do COB, tem instalado um relógio que mara a contagem regressiva para os Jogos do Rio. Um outro marca os 126 dias restantes para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, que são tidos como importantes, mas não determinantes na caminhada olímpica.

“Não fazemos exigência nenhuma para as confederações quanto ao que farão no Pan. Estamos focados totalmente em 2016”, afirmou.

A agenda de Behar não tem buracos. Junto com sua equipe precisa monitorar o desempenho de atletas brasileiros em mais de 150 eventos espalhados por todo mundo: de uma simples etapa do Circuito Mundial a Vôlei de Praia à fase final da Liga Mundial de Vôleim poe exemplo.

Além de tudo isso, realiza encontros periódicos com dirigentes de confederações para acertar os ponteiros e ver as necessidades de cada entidade. Nesta semana, por exemplo, participou do curso de capacitação com chefes de equipes.

“Você aprende a trabalhar sob pressão, faz parte. Estamos numa reta final de preparação muito importante, não tem muita saída. É muito trabalho para ser feito. Mas desde os meus tempo como jogadora sempre gostei muito de desafios. É algo bom e gostoso”, afirmou Behar, que deixou as quadras no início de 2008 e desde então decidiu seguir na área da administração esportiva.

Para isso, foi buscar conhecimento. Fez pós graduação em gestão de negócios e MBA na Ibmec, instituição reconhecida internacionalmente nos campos de negócio e economia. Em 2009, atuou como embaixadora da candidatura do Rio aos Jogos de 2016.

Em 2010, fez seu primeiro trabalho no COB. Como voluntária chefiu a missão brasileira nos Jogos Olímpicos da Juventude de Cingapura. Depois, já como contratada, chefiou as delegações nos Jogos Sul-americanos de Praia Uruguai-2009 e Equador-2013. Integrou ainda as delegações brasileiras nos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011, Olímpicos de Londres 2012 e Sul-americanos de Santiago 2014.

Como jogadora, teve um currículo para lá de recheado, com oito títulos do Circuito Nacional, seis do Circuito Mundial, dois do Mundial de Vôlei de praia, além de duas medalhas olímpicas de prata (Sydney-2000 e Atenas-2004) e um ouro Pan-Americano,em Winnipeg (CAN). Todas estas conquistas vieram ao lado de Shelda.

“O fato de eu ser atleta que alcançou o máximo dentro da carreira, o conhecimento que tenho a fundo das necessidades do atleta e do ambiente esportivo me dá credibilidade neste trabalho no COB. Sempre que converso com os coordenadores técnicos das modalidades, falamos a mesma linguagem”, disse Behar.

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