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RJ aposta em satélite para limpar Guanabara para Jogos de 2016

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O governo do Rio de Janeiro já tem um novo plano para limpar a Baía de Guanabara para a Olimpíada de 2016. E esse plano conta com uma ajuda do espaço. Isso mesmo. Para tentar garantir que atletas olímpicos possam competir nas águas da baía daqui a um ano e meio, o Estado pretende empregar um satélite no trabalho de despoluição do local.

A ideia foi revelada na quarta-feira pelo governador Luiz Fernando Pezão e confirmada pela SEA (Secretaria Estadual do Ambiente). Um dia depois de o governo comunicar a suspensão de dois programas de limpeza da Guanabara (ecobarcos e ecobarreiras), Pezão afirmou que o Estado  anunciará em uma semana novas iniciativas para a despoluição da baía. E o uso de um satélite para monitoramento das águas será uma da novidades desse pacote de medidas.

“Vamos monitorar melhor o trabalho que a gente faz na baía, até com uso de satélite”, afirmou Pezão, em entrevista coletiva. “Serão anunciadas na sexta-feira, mais tardar na segunda, uma série de medidas para aperfeiçoar o trabalho de despoluição.”

De acordo com a SEA, o satélite que será utilizado pelo governo deve informar de forma mais precisa os pontos de concentração de lixo flutuante na baía. Essas informações passarão a orientar a circulação dos ecobarcos, os quais navegam pela Guanabara recolhendo resíduos.

Na terça-feira, o secretário do Ambiente, Antônio da Hora, justificou a suspensão da circulação desses ecobarcos afirmando que eles não são eficientes na coleta de lixo. Da Hora disse que as embarcações circulam pela Guanabara “sem inteligência nenhuma”. Por isso, acabam recolhendo menos resíduos do que se esperava quando o serviço foi contratado, em janeiro de 2014.

A expectativa era que os ecobarcos coletassem 45 toneladas de lixo por mês da baía. Até a circulação ser suspensa, eles faziam um serviço “para inglês ver”, disse o secretário.

Ecobarcos de volta

Apesar da ineficiência, Pezão afirmou na quarta que os ecobarcos vão voltar a circular na baía. Informou, inclusive, que o número de embarcações será ampliado. Até a suspensão eram, eram dez.

A SEA informou que a manutenção das ecobarreiras (redes que impedem que lixo jogados em rios desague na baía) será reativada. A intenção da secretaria é construir novas estruturas, mais resistentes. As atuais rompem-se com facilidade.

Informações sobre o novo plano de limpeza da baía serão apresentadas nesta quinta-feira a membros do Comitê Organizador da Rio-2016 numa reunião. O órgão é um dos grandes interessados na limpeza da baía já que o lixo flutuante no espaço pode comprometer as competições de vela agendadas para o local.

O tratamento do esgoto despejado na Guanabara também é uma promessa olímpica do governo do Rio. Pezão afirmou na quarta que ainda persegue a meta de 80% de tratamento incluída no dossiê de candidatura do Rio aos Jogos de 2016. Ele mesmo admitiu, porém, que essa meta pode ser alcançada só ao final de 2018.

“Já chegamos a 49%. Eu quero chegar ao máximo nos Jogos, mas quero chegar em 2018 com mais de 80% ou mesmo 80% [de tratamento de esgoto].”

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